Um evento de lançamento das novas plataformas digitais do PMDB se transformou em um ato pela candidatura própria em 2018 nesta quarta-feira, em mais um passo do partido para longe da aliança com o PT. No encontro, que teve a participação de todos os principais caciques do partido, a tônica do discurso era a construção de uma agenda e a aproximação com a sociedade com o objetivo de lançar um nome à Presidência da República em 2018.
O próprio vice-presidente da República, Michel Temer, deixou isso claro em entrevista após o evento: "O que está sendo estabelecido é que o PMDB quer ser cabeça de chapa em 2018", disse ele, que preside o PMDB e normalmente é mais diplomático quando aborda o rompimento com o PT.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi direto e disse que a aliança com o PT é "circunstancial". "O PMDB desde logo está deixando claro, absolutamente claro que vai ter projeto de poder, que vai ter um candidato competitivo em 2018", afirmou.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também enfatizou a necessidade de que o partido siga um caminho de autonomia. Ele repetiu uma metáfora que tem usado para sustentar a importância de uma candidatura própria em 2018: "Quem não joga não tem torcida".
O novo plano de mídia digital lançado nesta quarta pela Fundação Ulysses Guimarães, controlada pelo partido, prevê um reforço da atuação nas redes sociais. O objetivo é expor com mais clareza as propostas do partido e ativar a militância para sustentar o projeto presidencial. A tese da candidatura própria deve ser confirmada no congresso do partido, que acontecerá em outubro.