O consumo de álcool em excesso, pode trazer sérios riscos com consequências negativas como sexo desprotegido e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), acidentes de trânsito, violência, entre outros. Com a ajuda do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), organização não governamental que trata do assunto, o Universo Jatobá mostra alguns mitos e verdades sobre o tema.
1 . Banho frio, café forte ou movimentar-se bastante funcionam como antídoto para o consumo excessivo de álcool.
Mito. Só há uma maneira de se restabelecer da embriaguez: esperar que o álcool seja eliminado normalmente pelo processo de metabolização realizado pelo fígado. O organismo demora, em média, de 1 a 3 horas para metabolizar uma dose* de álcool. Além disso, como o álcool por si mesmo induz a desidratação, é essencial reidratar-se durante e após seu consumo.
Estima-se que o consumo de 50 g de álcool em 250 ml de água (aproximadamente 4 doses) causa a eliminação de 600 a 1000 ml de água em algumas horas. O álcool é diurético por diminuir a concentração de vasopressina (hormônio antidiurético) e alguns de seus efeitos, como suor, vômito e diarreia (comuns na ressaca), ainda promovem mais perda de água no organismo.
*A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que uma unidade de bebida ou dose padrão contém aproximadamente de 10 g a 12 g de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja (330 ml) ou uma dose de destilados (30 ml) ou ainda a uma taça de vinho (100 ml).
2 . Cerveja e vinho são menos “perigosos” que os destilados.
Mito. O tipo de bebida não é o fator mais importante para evitar a intoxicação aguda pelo álcool, mas sim como e quanto está consumindo (por exemplo, a quantidade e frequência do consumo, se a pessoa bebe durante as refeições, sozinho ou acompanhado). Assim, ao consumir grandes quantidades de uma bebida que possui baixo teor alcoólico, terá praticamente o mesmo efeito se ingerisse pequenas quantidades de uma bebida com maior teor alcoólico.
3 . Mesmo em doses pequenas, o álcool pode causar problemas; por isso, menores de idade não devem consumi-lo.
Verdade. Não é recomendado que menores de 18 anos bebam, principalmente, porque seu Sistema Nervoso Central ainda está em desenvolvimento. Desta maneira, suas vias neuronais encontram-se suscetíveis aos danos causados pelo álcool, levando ao comprometimento de várias funções. O uso antes dos 15 anos de idade é ainda mais preocupante por ser um indicativo de maior risco para o desenvolvimento de abuso e dependência do álcool.
4 . Misturar diferentes tipos de bebidas alcoólicas, como cerveja, vinho e destilados, leva à embriaguez mais rapidamente do que o consumo de apenas um tipo de bebida.
Mito. O nível de álcool no sangue é que determina o nível de sobriedade ou intoxicação alcoólica do indivíduo. Por isso, a quantidade de doses que a pessoa ingere é que vai determinar a quantidade de álcool em seu sangue e não o tipo de bebida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, não existe um nível seguro para o consumo de bebidas alcoólicas, visto que há indivíduos adultos que, mesmo consumindo o álcool moderadamente, estarão mais vulneráveis a apresentar problemas decorrentes do beber ao longo da vida. Isso ocorre porque há indivíduos, por exemplo, com maior predisposição para o desenvolvimento de certos tipos de doenças hepáticas ou que possuem familiares com a dependência do álcool e que, por isso, devem ter cuidado com o consumo do álcool em qualquer quantidade ou frequência.
Além disso, há risco de problemas de saúde especialmente se o indivíduo bebe mais de 2 doses por dia e se não deixa de beber pelo menos dois dias na semana.
A OMS ainda recomenda que o consumo de bebidas alcoólicas não deve ser feito por gestantes ou lactantes, por quem for dirigir, operar máquinas ou realizar outras atividades que envolvam riscos, por quem apresentar problemas de saúde que podem ser agravados pelo álcool, por quem fizer uso de medicamento que interaja diretamente com o álcool e por quem não conseguir controlar o seu consumo.