Nesta terça-feira passou-se um terço das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018. E o Brasil tem muito com que o se preocupar.
No Defensores del Chaco, em Assunção, a seleção pentacampeã saiu perdendo por 2 a 0, pressionou no segundo tempo e arrancou um empate nos minutos finais com Daniel Alves para evitar a derrota pela sexta rodada do qualificatório.
Porém, como Argentina, Chile e Uruguai ganharam suas partidas, a equipe comandada por Dunga caiu na tabela de classificação: agora ocupa o sexto lugar, à frente de Paraguai, Peru, Bolívia e Venezuela, e estaria fora da Copa.
O Brasil está fora da zona de classificação ao Mundial, algo inédito no formato atual da competição (pontos corridos, adotado após a Copa de 1994).
Darío Lezcano, na etapa inicial, e Edgar Benítez, no segundo tempo, fizeram os gols da equipe albirroja, Ricardo Oliveira descontou já aos 35, e o gol salvador de Daniel Alves, após linda jogada dentro da área, aos 46, aliviou a pressão.
Nos últimos quatro duelos na capital paraguaia por eliminatórias, haviam sido um empate e três derrotas - a última vitória aconteceu em 1985, gols de Zico e Casagrande.
Sim, ainda há tempo - são 12 jogos pela frente -, mas o sofrimento brasileiro não tem hora para acabar. Pelas eliminatórias, o Brasil só volta a campo em setembro para enfrentar duas pedreiras: Equador fora de casa e a Colômbia como mandante. Antes, porém, a seleção terá uma Copa América Centenário (nos Estados Unidos, em junho) e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro (em agosto).
Desde o início o Paraguai mostrou que usaria bastante as laterais do campo e apostaria nas bolas alçadas. Antes dos dez primeiros minutos, 'Conejo' Benítez se machucou e entrou o veterano Roque Santa Cruz. O ataque mandante começou a funcionar.
Sem saber o que fazer com a bola, o Brasil viveu de lampêjos de Willian, que teve boa chance ao cortar e chutar de esquerda por cima além de assistir Douglas Costa, que isolou.
Os paraguaios, então, fizeram uma blitz na defesa brasileira e criaram quatro chances, duas delas claríssimas. Na primeira, Paulo da Silva cabeceou, e Alisson espalmou quase em cima da linha; pouco depois, Gustavo Gómez aproveitou bobeada e à queima-roupa finalizou, mas o goleiro do Inter fez um milagre.
O Brasil teve uma ótima chance com Ricardo Oliveira após linda tabela pela direita entre Willian e Fernandinho; o jogador do Chelsea rolou para trás, e o centroavante do Santos acertou o travessão de Justo Villar.
Mesmo sem assustar como antes, o Paraguai abriu o placar já aos 40 minutos: Benítez ultrapassou Daniel Alves na corrida, recebeu e cruzou para trás; Santa Cruz deixou a bola passar, e o artilheiro Darío Lezcano estufou a rede, anotando seu quarto gol em cinco jogos com a camisa albirroja.
No intervalo, Dunga tirou Fernandinho e colocou Hulk, que começou criando bem pela esquerda. Mas veio o balde de água fria aos 4 minutos do segundo tempo.
Richard Ortíz encontrou Edgar Benítez livre dentro da área após se desvencilhar de Daniel Alves, e o atacante tocou na saída de Alisson.
Desesperado, o time brasileiro foi para o ataque e até criou algumas chances, tendo um gol anulado de Gil em cabeceio. Ricardo Oliveira e Hulk, porém, perderam oportunidades após um escorregão e uma semi-furada, respesticamente.
O atacante do Santos descontou aos 35 minutos do segundo tempo aproveitando rebote do goleiro Justo Villar. Jonas entrou e criou boa chance pela esquerda, com a zaga paraguaia aliviando, mostrando que poderia ter entrado antes em campo, não restando 10 minutos para o final da partida.
A pressão brasileira foi imensa, até que aos 46, em boa jogada pela direita, Daniel Alves recebeu dentro da área, cortou para o pé esquerdo e fuzilou Villar. Um empate com sabor de vitória para o Brasil, tristeza no Paraguai.