O uso de armas de fogo nos casos de assassinatos no Ceará supera 90 por cento das estatísticas
A tarefa de recolher corpos em vias públicas e hospitais faz o dia-a-dia dos profissionais da Pefoce
Os números são de uma guerra. Em nove meses de 2016, mais de 2.500 pessoas foram assassinadas no Ceará, precisamente, 2.514. Este é o balanço da criminalidade armada que avança sem trégua no estado, contrariando o discurso do Governo Estadual. Junte-se a este número, mais 51 homicídios registrados nos primeiros cinco dias de outubro, totalizando, assim, 2.565 execuções sumárias. E os números só não são ainda mais fatídicos por conta de um pacto de paz celebrado por facções criminosas, mas que, aos poucos, vem sendo quebrado.
Portanto, a média por mês é de 279,3 homicídios, ou 9,3 por dia, o que faz do Ceará um dos mais violentos do País em relação aos crimes contra a vida (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte).
Em nove meses de 2016, os números apontam que somente na Capital foram registrados 770 assassinatos entre janeiro e setembro, uma média mensal de 85,5 casos. Já a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou média de 66,7 homicídios/mês, com 601 homicídios em nove meses.
Interior
No Interior Norte, região que abrange 108 municípios distribuídos em cinco Áreas Integradas de Segurança (AIS 10, 12, 13, 14 e 17), foram perpetrados 426 homicídios entre janeiro e setembro deste ano, com média de 47,3 casos mensais. O Interior Norte é o perímetro dentro do Estado que tem menores taxas de homicídios em comparação aos demais.
Já no Interior Sul, formado por 62 municípios onde estão quatro Áreas Integradas de Segurança (AIS 11, 15, 16 e 18), ocorreram de janeiro a setembro 717 homicídios, com média mensal de 79,6 casos.
Além da Capital, os municípios cearenses que apresentam maiores taxas de assassinatos são: Caucaia, Maracanaú, Itaitinga (por conta de presença de um complexo penitenciário com seis presídios/CPPLs e uma penitenciária), Aquiraz, Eusébio, Pacatuba, Quixadá, Russas, Juazeiro do Norte, Sobral, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Redenção e Pacajus.
A Capital
Em Fortaleza, que é divida no policiamento ostensivo em seis Áreas Integradas de Segurança (AIS 1,2,3,4,5 e 6), um pacto celebrado entre facções criminosas no começo do ano proporcionou uma queda relevante dos assassinatos. Em janeiro, 134 pessoas foram mortas na cidade. Já no mês de setembro, foram 45. No entanto, entre as quatro regiões do Estado, Fortaleza ainda aparece nas estatísticas como a mais violenta do Estado, com o maior quantitativo de homicídios e latrocínios.