O ex-ministro Antonio Palocci disse que se coloca à disposição do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, para apresentar "fatos com nomes, endereços e operações realizadas" que, de acordo com o ex-ministro, devem render mais um ano de trabalho.
Palocci foi interrogado por Moro, nesta quinta-feira (20), na ação em que é acusado de agir no governo federal em favor da Odebrecht entre 2006 e o final de 2013. A oitiva durou mais de duas horas.
Veja os principais pontos da fala de Palocci:
Ex-ministro se colocou à disposição para revelar nomes e operações de interesse da Lava Jato.
Negou ter operado dinheiro de caixa 2, mas confirmou que sabia da existência da prática "em todas as campanhas".
Negou ter operado dinheiro de caixa 2, mas confirmou que sabia da existência da prática "em todas as campanhas".
Confirmou que falou sobre contribuição à campanha de Dilma antes das eleições de 2010.
Negou ter pedido dinheiro a empresas quando era ministro.
Disse que ninguém na Odebrecht nunca o chamou de "italiano".
Confirmou ter tido conhecimento das planilhas de propina da Odebrecht, mas disse que ficou surpreso com as "provisões de campanha".
Disse não se lembrar de reunião com Dilma, Marcelo Odebrecht e o ex-presidente do BNDES.
Negou ter ampliado crédito no BNDES à Angola para favorecer a Odebrecht.
Negou ter pedido, interferido ou defendido interesses da Odebrecht ou da Sete Brasil.
Fez elogios ao juiz Sérgio Moro e à atuação dele na Lava Jato.
Segundo o ex-ministro, ele optou por não apresentar tudo o que sabe durante o interrogatório "por sensibilidade da informação".
O ex-ministro ainda elogiou a operação e chamou de "uma investigação de importância". "Acredito que posso dar um caminho, talvez, que vá lhe dar mais um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil", disse.
Antonio Palocci foi alvo da 35ª fase da Lava Jato, deflagrada em setembro de 2016. Atualmente, ele está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Palocci também é réu em outro processo que apura se a Odebrecht pagou propina por meio da compra do terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e do apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, no ABC Paulista. Entre os réus desta ação, estão o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e Roberto Teixeira, um dos advogados de Lula.
Palocci foi deputado federal pelo PT, ministro da Fazenda entre 2003 e 2006, no governo Lula, e ministro da Casa Civil no governo Dilma, em 2011.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário