Após quatro meses apresentando redução, o número de homicídios no Piauí voltou a ter um aumento em maio. Os dados da pesquisa realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de carreira no Piauí (Sinpolpi) demonstram que foram registrados 56 assassinatos no estado. Um acréscimo de 47,5% em relação ao mês de abril, que teve 38 homicídios dolosos. Segundo os números, a maior parte foi registrada em Teresina com 35 assassinatos.
A pesquisa mostra que destas 45 vítimas, 16 das pessoas estavam em conflito com a lei: eram detentos, ex-detentos, assaltantes, traficantes adolescentes internos, ex-internos ou mesmo usuários de drogas. Em 12 casos não foi possível identificar a ocupação das vítimas. Em três crimes os mortos foram identificados como moradores de rua e em dois casos, considerados ciganos. Nove eram lavradores, quatro estudantes, dentre outros.
De acordo com o Sinpolpi, 33 pessoas foram assassinadas com armas de fogo, a segunda ferramenta mais usada foi arma branca e em oito casos, as vítimas foram mortas por outros instrumentos: como paus, pedras ou mesmo estranguladas.
Com relação aos crimes por zonas habitacionais de Teresina: na Norte ocorreram 13 assassinatos, oito na zona Leste e sete nas zonas Sudeste e Sul, cada.
No item “suposta motivação para o crime”, os homicídios por acertos de contas registraram dez casos. Em 12 casos não foi possível identificar o motivo. Em oito crimes a vingança e a rixa foram as justificativas, em cinco crimes foram alegados motivos passionais e quatro deles foram motivados por brigas de gangues em disputa pelos pontos de venda de drogas.
A cidade mais violenta depois de Teresina foi União com um total de três assassinatos. Cinco mulheres foram assassinadas no mês de maio, sendo que um dos casos a vítima ainda não havia sido identificada. O corpo foi encontrado em um riacho na PI-112 entre os municípios de União e Miguel Alves.
Avaliação
Para o presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, os dados mostram mais uma vez que a política do Governo do Estado para coibir a violência é ineficaz. “Nem mesmo a presença da Força Nacional foi capaz de reduzir estes dados”, diz ele.
O sindicalista argumenta que o governo tem que investir em estrutura para oferecer segurança ao piauiense. “Faltam policiais, delegacias estão em péssimo estado de conservação e para completar o Governo ainda se nega a cumprir a lei, como a que determina um reajuste para os policiais civis em maio, só aumentando a insegurança do cidadão”, avalia Constantino Júnior.