Para os italianos, a lembrança não era das melhores. Foi diante deles que o Brasil renasceu na Liga Mundial passada, vencendo três jogos nos domínios dos adversários e chegando à final que parecia improvável. Nesta sexta-feira, disposta a se livrar daquele gosto amargo, a Itália colocou a sua força máxima na quadra montada no Foro Itálico. Diante de 11.130 espectadores, numa partida a céu aberto, tirou proveito das falhas da seleção no saque, sobretudo no terceiro set, e teve frieza para salvar um match point e vencer o equilibrado duelo por 3 a 2 (26/24, 21/25, 25/18, 17/25 e 16/14). Este foi o segundo revés dos brasileiros na competição em sete compromissos.
- Foi uma experiência incrível. É realmente bem diferente de uma partida em um ginásio fechado, como estamos acostumados, mas estou feliz de ter experimentado essa sensação, apesar da derrota. Teremos outro jogo já no domingo e temos de vencer para continuar nosso caminho - disse Bruninho.
Apesar da derrota, a seleção segue na liderança do Grupo A, com 15 pontos, seguida por Itália (13), Sérvia (11) e Austrália (3). Os maiores pontuadores do jogo foram Wallace e Lucarelli, com 20 acertos. Do outro lado, Luca Vettori e Ivan Zaytsev foram responsáveis por 16 cada. As equipes voltam a se enfrentar domingo, às 15h10 (de Brasília), em Florença. O
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Por ser o anfitrião da fase final, o Brasil já está classificado para a etapa decisiva da Liga, que será disputada de 15 a 19 de julho, no Rio de Janeiro. O palco será o Maracanãzinho, que também abrigará os torneios de vôlei masculino e feminino durante os Jogos Olímpicos de 2016.
- Havia uma atmosfera bonita esta noite, com um público participativo e o que vimos foi um espetáculo emocionante. Do ponto de vista técnico, foi um jogo difícil, porque as diferenças em relação aos jogos indoor são grandes. No entanto, foi um bom jogo - opinou o técnico Rubinho.
O jogo
O histórico favorecia o Brasil. Nas 81 vezes em que estiveram frente a frente, a seleção levou a melhor em 49 oportunidades, três delas na última edição da competição e em solo italiano. Com Lucarelli, os visitantes abriam o placar. O experiente central Birarelli não deixava os rivais fugirem. A resistência era quebrada por Wallace. O oposto conseguia um ace e passava sem cerimônia pelo bloqueio (11/8). Mauro Berruto parava o jogo. Na volta, a seleção fazia boas defesas e continuava ditando o ritmo. A reação dos anfitriões seria iniciada com o levantador Travica. O bloqueio subia com mais eficiência enquanto o Brasil se precipitava na finalização dos ataques. A virada vinha com Zaytsev, que regia a torcida. A seleção respondia e tirava proveito de uma saque para fora de Birarelli para ter o set point (24/23). Vettori salvava sua equipe e logo em seguida, com um saque em cima de Serginho, deixava os italianos em vantagem. Um erro ofensivo de Lucão, e a parcial ia para os donos da casa: 26/24.
As ações se equilibravam no set seguinte (6/6). Bruninho chamava Lucarelli e Éder pelo meio. Funcionava (12/10). Na ponta, na defesa, Lucarelli dava sua contribuição e ainda via a jogada terminar com o paredão brasileiro parando Zaytsev (16/12). O bloqueio brasileiro trabalhava bem, e Wallace também (21/17). Um ace de Eder levava preocupação aos comandados de Berruto. Lucão dava uma pancada e fazia 24/19. Anzani fazia a Itália respirar. Evandro ganhava a chance de fechar o set, mas atacava para fora (24/21). Uma falha no serviço italiano deixava tudo igual: 25/21.
Os erros de saque da seleção (oito na parcial) mantinham os italianos vivos. E o preço não demoraria a ser cobrado. Os anfitriões subiam de produção e tomavam o comando do marcador (16/12). Rubinho fazia trocas. Lipe, aniversariante do dia, deixava o banco para entrar no lugar de Murilo. Mas o quadro não mudava. O Brasil cometia falhas ofensivas e não conseguia evitar a derrota no terceiro set: 25/18.
Bruninho & Cia se empenhavam para levar o confronto para o tie-break. o Brasil melhorava o serviço, amortecia mais os ataques dos rivais e liderava o placar. A Itália sentia a pressão (19/11). A arquibancada também. Sem olhar para trás, o Brasil caminhava rapidamente para empatar o jogo. Coube a Wallace fechar: 25/17.
O set desempate começava muito falado. Berruto reclamava da marcação da arbitragem favorável aos visitantes. Lanza atacava para fora, Travica sacava na rede (3/1). Mas os erros em sequência do Brasil contribuíam para a virada (5/4). Após um pedido de desafio que beneficiava os visitantes, Anzani recebia a bola e comemorava olhando para os jogadores brasileiros. O clima ficava quente, e Wallace aproveitava o momento para empatar (8/8). O triplo marcava Lucarelli, mas não freava Wallace e nem conseguia pegar Lucarelli pouco depois (10/10). Apesar do toque de Lanza na rede na parte inferior da rede, não registrado pelos árbitros, o Brasil não se deixava abater. Fazia boas defesas e, com Lipe, abria 13/12. A Itália empatava. Berruto se estranhava com Rubinho na lateral da quadra. Rapha procurava Lucão e conseguia o march point. Vettori salvava. Um ace de Birarelli deixava os italianos na cara do gol. Explorando o bloqueio, Vettori fazia a arquibancada soltar o grito: 16/14.
- Esse jogo foi o que nos deu maior satisfação até agora. Nós demos tudo para ganhar, porque era o desafio que precisávamos. A maior vitória foi ver como todo mundo mostrou o fogo interior pela equipe. Esse time mostrou grande caráter e, de agora em diante, até mesmo uma maior confiança em si mesmo. Mas tenho certeza de que podemos fazer ainda melhor - afirmou o levantador Dragan Travica.
29/05 - Brasil
3 x 2 Sérvia - Belo Horizonte
31/05 - Brasil
3 x 1 Sérvia - Belo Horizonte
05/06 - Brasil
3 x 1 Austrália - São Bernardo do Campo
07/06 - Brasil
3 x 0 Austrália - São Bernardo do Campo
12/06 - Sérvia
3 x 2 Brasil - Novi Sad
14/06 - Sérvia
2 x 3 Brasil - Belgrado
19/06 - Itália 3 x 2 Brasil - Roma
21/06 - Itália x Brasil - Florença
27/06 - Austrália x Brasil - Sydney
28/06 - Austrália x Brasil - Sydney
02/07 - Brasil x Itália - Cuiabá
03/07 - Brasil x Itália - Cuiabá