- Flamengo, 1933
O suposto rebaixamento do Flamengo no Campeonato Carioca de 1933 é amplamente divulgado pelos torcedores rivais nas redes sociais, mas não procede. O rubro-negro ficou em sexto e último lugar no torneio organizado pela Liga Carioca de Football (LCF), que reunia apenas os clubes que tinham adotado o profissionalismo. Assim como a atual Primeira Liga, era um campeonato que não tinha rebaixamento. Polêmica de verdade foi em 1987, como mostra o tópico a seguir.
- Internacional, 1987
Assim como o Flamengo, o Internacional perdeu por W.O. os jogos do quadrangular final com Guarani e Sport. Pelo código disciplinar, poderiam ter sido punidos com o rebaixamento à segunda divisão, exatamente o que aconteceu com o Coritiba em 1989, quando o time paranaense se recusou a entrar em campo por não concordar com o horário da última rodada. Mas Inter e Flamengo disputaram normalmente a primeira divisão em 1988, e os rubro-negros reivindicam junto com o Sport o título brasileiro de 1987.
- São Paulo, 1990
Sim, o São Paulo ficou fora da fase decisiva do Campeonato Paulista de 1990. Não, o São Paulo não foi rebaixado, até porque o regulamento deixava claro que não haveria descenso. O que aconteceu foi que, em 1991, o São Paulo jogou a primeira fase do estadual em um módulo inferior, composto pelos 10 piores times do torneio anterior e pelos quatro recém-promovidos. O tricolor não só avançou para a segunda fase como acabou ficando com o título paulista de 1991.
- Santos, 1982
Nos começo dos anos 80, a primeira divisão do Campeonato Brasileiro era a “Taça de Ouro”, que definia seus participantes pela colocação dos estaduais. Se um time não conseguisse ficar entre os seis primeiros do Paulistão, por exemplo, teria que disputar a “Taça de Prata”, que era mais uma repescagem do que uma Série B, pois previa o acesso no mesmo ano. O Santos ficou em 12º no estadual de 1982, mas foi convidado pela CBF a entrar direto na Taça de Ouro de 1983.
- Corinthians, 1982
O Corinthians disputou a Taça de Prata em 1982 e conseguiu, junto com Atlético-PR, América-RJ e São Paulo-RS, o direito de disputar a Taça de Ouro. Como havia ficado em sétimo no Paulistão do ano anterior, precisou passar pela “Série B” da época para poder disputar a primeira divisão no mesmo ano.
- Palmeiras, 1982
O Palmeiras já havia disputado a Taça de Prata em 1981, quando conseguiu o acesso. Em 1982, após outra má campanha no Paulistão, voltou para a “repescagem”. E com apenas uma vitória em cinco jogos, não conseguiu a classificação para a elite e ficou fora da Taça de Ouro daquele ano. Ou seja, não foi rebaixado, mas também não disputou a primeira divisão.
- Vasco, 1986
No campeonato que deu origem à confusão de 1987, os times que fossem eliminados logo na primeira fase perderiam o direito de disputar a primeira divisão no ano seguinte. Foi o caso do Vasco, mas o time carioca entrou na Justiça para tirar pontos de outros clubes, incluindo Joinville e Portuguesa. No fim, a CBF decidiu aumentar o número de clubes classificados à segunda fase, o que acabou beneficiando até mesmo o rival do Vasco.
- Botafogo, 1986
Assim como o Vasco, o Botafogo também ficaria fora da segunda fase do Brasileirão de 1986 (e da primeira divisão do ano seguinte) se não fosse a mudança de regra que aumentou o número de clubes classificados naquele ano.
- Atlético-MG, 1993
O Galo e o Botafogo foram os piores times do Campeonato Brasileiro de 1993, inchado com 32 clubes devido à manobra que resgatou o Grêmio da segunda divisão no ano anterior. Mas não caíram graças ao regulamento. O Atlético-MG fez 10 pontos a menos que o rebaixado América-MG, mas se salvou por estar em um grupo “imune” ao descenso.
- Cruzeiro, 1994
Torcedores do Galo compartilharam uma falsa notícia (a imagem acima é uma montagem disseminada na internet) sobre o suposto rebaixamento do Cruzeiro em 1994, ano em que a Raposa ficou em antepenúltimo e com um ponto a menos do que o penúltimo colocado, o Remo. O que se explica pela colocação final da repescagem que definiu os clubes rebaixados. O Cruzeiro foi o lanterna de seu grupo na primeira fase, mas se salvou da degola em um “hexagonal da morte”.
- Fluminense, 1996
Muito antes das polêmicas sobre a Copa João Havelange de 2000 e do caso Héverton em 2013, o Fluminense se salvou do rebaixamento em 1996 graças ao caso Ivens Mendes, que denunciou a possibilidade de armação de resultados. Por causa disso, não houve rebaixamento em 1996 e o campeonato do ano seguinte foi disputado por 26 clubes. Últimos colocados, Fluminense e Bragantino foram beneficiados pela manobra e continuaram na primeira divisão.
Fonte: UOL