O PMDB dará nesta semana o primeiro passo para o lado na relação com o Palácio do Planalto. O congresso do partido, marcado para amanhã, pode acelerar o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
A decisão, porém, só deverá ser levada a votação na Convenção Nacional do PMDB, em março, mas muitos peemedebistas já querem marcar posição e se afastar, usando como estratégia as críticas à política econômica.
A relação com o PT, que vai para o 13º ano, dá evidentes sinais de desgaste. O PMDB já deixa claro que, passados 24 anos somente como um fiel da balança – só não foi governista no mandato de Fernando Collor (1990 a 1992) -, terá um candidato à Presidência da República em 2018.
O derretimento da popularidade petista também põe um peso na decisão. O encontro aumentará o tom de rompimento, que se tornou mais agudo a partir da divulgação, no fim do mês passado, do documento “Uma Ponte para o Futuro”, elaborado pela Fundação Caciques do PMDB tem visões diferentes quanto ao rompimento com o governo. A análise traz duras críticas à política econômica. Pela primeira vez, o PMDB deve se manifestar publicamente a respeito da situação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Isolamento
Pacificador em favor da aliança, o vice-presidente da República, Michel Temer, se viu isolado pelo Palácio do Planalto depois de sair da coordenação política.
Após a reforma ministerial, que promoveu à missão os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil), Temer nem sequer é consultado sobre a situação no Congresso.
Tanto que, nas duas últimas semanas, o vice se ausentou das reuniões de coordenação política.
Posições antagônicas
Nem o aumento da participação do PMDB no primeiro escalão, que passou de 5 para 7 ministérios, foi capaz de se reverter em apoio no Congresso. Dos 66 deputados, pelo menos 33 se manifestam contra orientações favoráveis ao governo.
Mesmo sob desgaste, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), tem feito coro para o fim imediato da aliança. Na outra ponta, o líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ), tem ganhado acesso livre no gabinete presidencial e se tornou a principal ponte do Palácio do Planalto com a Câmara.
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