PMDB em reunião: começam a aparecer as divergências internas com vistas às eleições de 2018
O velho PMDB está de volta, e em plena forma.
Historicamente, o partido não costuma seguir unido em uma disputa estadual, salvo em raras situações como as eleições de Mão Santa em 1994 e 1998. A regra é a divisão, onde uma parte segue a decisão oficial (tomada em Convenção) e outra caminha em rumo diverso, subindo no palanque oposto.
Pois a divisão peemedebista começa a dar sinais de retorno, de olho nas eleições de 2018. Ela rompe com a aparente harmonia, na qual a senha de boa convivência era a relação tranquila e bem aquinhoada com o governo do Estado. Uma relação costurada, sobretudo, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho, com a devida benção do outro cacique do partido, o deputado federal Marcelo Castro.
Pois eis que a desavença começa pela diferença de projeto dos dois caciques. E aí vão aparecendo discursos e gestos – onde os gestos têm negado os discursos, ou vice versa.
Antes de embarcar para férias com a família nas belas praias gregas, Marcelo Castro reafirmou a preferência do partido pelo lugar de vice-governador na chapa de Wellington Dias, e que (se confirmado) esse lugar caberia ao deputado Themístocles Filho. Mas Marcelo não deixa de observar que essa é a preferência, e que pode não ser o quinhão a ser destinado ao partido. Isso dependerá das negociações entre os aliados em torno da chapa.
A desavença começa aí. Marcelo não diz, mas esse outro lugar que poderia caber ao PMDB é uma das duas vagas de senador – e nesse caso não haveria uma definição prévia. E tem gente fora do partido (sobretudo no Karnak) patrocinando precisamente o nome de Marcelo. A movimentação está gerando rusgas internas.
Não por acaso, algumas deputados já ousaram levantar a voz, lembrando que o nome do PMDB para compor a chapa é o de Themístocles. E que não tem sentido o partido abrir mão da vice, já que ela traz a concreta possibilidade do partido assumir o governo. Mas essa é uma discussão que só começou, e só deve terminar na convenção do partido, daqui a um ano.
Mesmo divididos, ganham todos
A divisão ante uma disputa eleitoral não é a única característica do PMDB. Uma outra muito presente é a do “todos ganham, mesmo os que perdem”. Ou seja: a divisão acontece na campanha, com uma banda seguindo a decisão oficial do partido e outra tomando rumo contrário.
Mas a regra é: depois da eleição, a banda vitoriosa atrai a banda perdedora para dentro do governo que acaba de se instalar. Há exemplos de sobra, como a eleição de 2006. Uma parte do PMDB decidiu oficializar a candidatura de Mão Santa. Outra parte embarcou na campanha de reeleição de Wellington Dias.
Logo depois da posse de Wellington, o que se viu foi uma progressiva adesão de maosantistas ao governo. Ou seja, o PMDB exercendo aquilo que o PMDB sabe fazer muito bem: ser governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário