Stephen Paddock, autor dos disparos que matou 58 pessoas e deixou mais de 500 feridos em um festival de música country em Las Vegas na noite de domingo (1) não tinha antecedentes criminais e, segundo a polícia local, vínculos com organizações terroristas foram descartados a princípio.
A polícia chegou a chamar o atirador de "uma pessoa perturbada com a intenção de causar baixas em massa". O ataque é considerado o maior tiroteio em massa da história dos Estados Unidos.
Segundo o xerife de Las Vegas, Joseph Lombardo, foram encontrados "mais de dez fuzis" no quarto onde Paddock estava hospedado desde o dia 28 de setembro, localizado no 32º andar do Mandalay Bay Hotel. Foi do quarto que o atirador fez os disparos e se suicidou, após o ataque.
O atirador abriu fogo contra uma multidão de cerca de 40 mil pessoas que assistiam ao festival de música country Route 91 Harvest Festival às 22h locais (2h de Brasília). Em vídeos feitos no momento do ataque é possível ouvir rajadas como uma "chuva de tiros" sobre a plateia.
Apesar de o Estado Islâmico ter reivindicado a responsabilidade pelo atentado, afirmando que Paddock teria se convertido ao islã "alguns meses atrás". Até o momento, o FBI informou não haver indícios de nenhuma conexão com terrorismo internacional
Em discurso realizado na manhã desta segunda-feira, o presidente Donald Trump chamou o ato de "pura maldade". "Um atirador assassinou brutalmente mais de 50 pessoas e feriu centenas. Foi um ato de pura maldade", disse Trump, que afirmou que o FBI e o departamento de Segurança Interna já se uniram à polícia de Las Vegas na investigação do ataque.
Morador de Mesquite, cidade de 17.400 habitantes do Estado de Nevada, Paddock era um caçador licenciado, tinha 64 anos e vivia em uma vila de aposentados. Ele possuía licença para pilotar aviões pequenos e possuía duas aeronaves, segundo a NBC. Ele também gostava de frequentar cassinos e comer burritos, de acordo com seu irmão, Eric Paddock.
O irmão se disse "estupefato" com o crime. "Não podemos entender o que aconteceu", afirmou. À CBS, Paddock também afirmou que o irmão atirador não possuía nenhuma afiliação religiosa e afiliação política.
O curitibano Nicholas Micaloski, de 24 anos, passou por momentos de tensão durante suas férias em Las Vegas, nos Estados Unidos.
"Estava a 20 minutos a pé do Mandala Bay quando soube o que havia acontecido. Naquele momento, ainda havia relatos de que outros homens armados também poderiam estar à solta. Vi policiais fortemente armados entrando no hotel perto de onde estava e corri para um local seguro", contou ele, por telefone, à BBC Brasil.
Em meio a policiais e paramédicos, Micaloski diz ter se refugiado atrás de um muro de proteção na rua por cerca de meia hora.
Ao redor dele, também buscaram abrigos outros turistas e moradores da cidade.
"As pessoas corriam e choravam. Todo mundo estava em pânico, pois ninguém sabia o que estava acontecendo. Ficamos todos deitados, alguns atrás de latas de lixo. Senti-me como em um daqueles filmes de ação de Hollywood", relatou.
"Fiquei com medo, mas havia muitos policiais. E, rapidamente, eles passaram a nos dar instruções de como sair dali. Caminhei de volta a meu hotel e agora estou seguro".
Na última quarta-feira, Micaloski tentou comprar ingressos para o festival, mas não conseguiu. "Estava tudo esgotado. Tive sorte. Só escapei porque não consegui ingresso. Poderia ser uma das vítimas", diz ele, que viajou a Las Vegas sozinho.
O maior tiroteio em massa da história dos EUA
O número superior a 50 mortos posiciona o atentado como maior tiroteio em massa da história dos Estados Unidos, ultrapassando as 49 vítimas mortas no atentado a uma boate de Orlando no ano passado.
Cerca de 40 mil pessoas assistiam ao festival de música country, chamado Route 91 Harvest Festival. No momento dos tiros, às 22h locais (2h de Brasília), o cantor Jason Aldean se apresentava. Horas depois, Aldean informou que ninguém de sua equipe saiu ferido.
Testemunhas afirmaram que os tiros duraram mais de dez minutos, enquanto as pessoas corriam para se proteger.
O Ministério das Relações Exteriores e o Consulado do Brasil em Los Angeles informaram que, até o momento, não há registro de brasileiros entre as vítimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário