domingo, 15 de outubro de 2017

Por eleição, PT se junta a algozes de Dilma no Brasil inteiro



Wellington e Ciro: aliados desde 2014, devem seguir juntos em 2018, apesar das rusgas do impeachment de Dilma Roussef
 
Uma campanha pode muita coisa. Pode reavivar confrontos serenados. Ou levar ao puro e simples esquecimento de mágoas dolorosas. O PT caminha para fazer a segunda opção em boa parte do Brasil, inclusive o Piauí. Tudo em nome da eleição e da posse do poder.
O impeachment de Dilma Rousseff afastou o PT de vários ex-aliados, como PMDB, companheiro de viagem (e de chapa) das últimas disputas presidenciais, e do PP, avalista importante sobretudo no segundo mandato de Dilma. Também afastou-se do PSB, que formalmente já não dividia palanque desde a eleição de 2014; ou do PSD, que contabilizou votos para desapear a presidente e colocar Temer no seu lugar.
O Piauí dá bem uma mostra de para onde caminha o PT. Nacionalmente, o PP é considerado o fiel que fez pender a balança para o lado do impeachment. Mas aqui o PP é o principal suporte do governo Wellington Dias para assegurar recursos federais. E, apesar das vaias que parte dos petistas dedica ao senador Ciro Nogueira e à deputada Iracema Portela, Wellington reafirma todos os dias a disposição de seguir com o PP nas eleições de 2014.
O PMDB, partido do presidente Temer, tem no Piauí uma situação que foge à realidade nacional. Brasil afora, o PMDB viu seus deputados votarem amplamente pelo impeachment. Aqui, Marcelo Castro permaneceu ao lado de Dilma, de quem foi ministro da Saúde. A aliança no Piauí (formal ou informalmente) não chega a ser com um algoz. O termo cabe mais para o PSD do deputado Júlio César, que deixou de ser governo (Dilma) para votar no impeachment e seguir governo (Temer). Muitos petistas torceram o nariz parta Júlio. Mas não por muito tempo, em nome da próxima eleição.
Wellington vai costurando como pode a sua permanência no Karnak. Essa costura começou muito cedo, antes de se falar em impeachment, que aprofundou tanto as divisões nacionais. Aqui, o governador já atraiu adversários de campanha já no dia seguinte ao resultado. Exemplo: Flávio Nogueira, pai e filho, desde o começo donos de uma vaga no secretariado.

 

Alianças articuladas em 16 estados

No cenário nacional, o PT pode fazer aliança com os “algozes do impeachment” em mais da metade dos estados, mesmo que seja informalmente. Atualmente contabilizam-se 16 possíveis alianças com os adversários daquele momento tão traumático para o partido. Mas, em nome da eleição, a mágoa está sendo apagada.
O número pode mudar para mais ou para menos dependendo de quem seja o candidato do PT. Se for o improvável Lula, pode até aumentar. Se não, aí pode registrar alguma perda. Mas o PT quer casar as disputas locais com a nacional. Cabe observar um detalhe: as alianças podem ser materializadas em muitos estados com o PT apoiando um candidato desses partidos, pedindo contrapartida federal. A novidade é fácil de explicar: fora do poder, o PT não vai repetir as 17 candidaturas próprias aos governos estaduais de 2014. Nesse momento, contam-se 11.
Entre os nomes que devem receber apoio do PT, em troca de apoio na disputa presidencial estão: os peemedebistas Renan Filho (Alagoas) e Roberto Requião (Paraná), os socialistas Paulo Câmara (Pernambuco) e Renato Casagrande (Espírito Santo) e o petebista Armando Monteiro (Pernambuco) – neste caso, o partido teria que decidir entre Câmara e Monteiro, ou uma composição entre eles. Todos apoiaram o impeachment.
Mas isso já são águas passadas.

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