Firmino Filho e Wellington Dias: afinidade que pode ir além das parcerias administrativas e chegar às eleições
A avaliação de lideranças da oposição no Piauí é que, como nunca, têm chances de enfrentar Wellington Dias (PT) pelo governo do Estado. Mas, também como nunca, encontram enormes dificuldades para definir um nome que una os oposicionistas e assuma o lugar de anti-Wellington. O candidato mais desejado pela oposição é Firmino Filho (PSDB), mas poucos botam fé na disposição do prefeito de Teresina em entrar na disputa.
As dúvidas quanto a Firmino são de toda ordem. Primeiro, poucos entendem a relação do prefeito com Wellington Dias, que extrapolaria o administrativo e alcançaria o político. O que esses desconfiados dizem é que, de modo informal, Firmino já contou em 2016 com um bom empurrão do governador. E há quem veja na recusa do prefeito à candidatura de oposição uma espécie de grata retribuição.
Tem ainda o alinhamento com Ciro Nogueira (PP), que é desde 2014 um suporte fundamental do petista. E também um apoio imprescindível do ocupante do Palácio da Cidade. Tanto que o projeto de Firmino parece totalmente atrelado ao de Ciro, como bem mostra a filiação da primeira dama Lucy Silveira ao PP.
As desconfianças seguem adiante. Alguns acham que Firmino está cuidando do projeto pessoal ou familiar. Outros acreditam simplesmente que está perdido, sem saber que rumo tomar. E há ainda os que enxergam o prefeito decidido a não ser candidato em qualquer circunstância, a ponto de fazer exigências praticamente impossíveis, pelo menos até o prazo de desincompatibilização. Por exemplo: se Lula não for candidato; se Wellington atrasar salários...
Para completar, no rastro da afinidade com Ciro Nogueira, não deixa claro sequer qual rumo partidário tomar. Tanto que uma liderança da oposição diz que “Firmino quer ser PSDB em Brasília e PP em Teresina”.
Os aliados acham que são precisamente os parlamentares do PSDB os que estão pagando a maior parte da conta. Marden Menezes, Luciano Nunes e Firmino Paulo ficam meio à deriva. E são obrigados a cuidar de si, sem dar bolas para um partido que – na avaliação de muitos – é minado pelo seu principal líder. Tanto que, como reclamou o prefeito de Curimatá, Valdeci Júnior, sequer convidaram os prefeitos tucanos para a convenção partidária do último final de semana. Ou seja: não era uma convenção para fortalecer o partido.
Apesar de tudo, a oposição, órfã de nome que una os adversários do governo, segue esperando pelo “sim” de Firmino, que é dito e repetido como o mais viável dos candidatos oposicionistas.
Mas espera já sem muita fé.
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