Pelo menos oito pessoas foram mortas em operação das forças de segurança no conjunto de favelas da Penha, do Alemão e da Maré, na Zona Norte do Rio, na manhã desta segunda-feira (20).
A informação foi confirmada pelo Comando Militar do Leste (CML). Ainda não há detalhes da identificação das vítimas nem das circunstâncias em que elas morreram. A ação do Comando Conjunto da Intervenção Federal acontece simultaneamente nos três complexos, com participação de 4,2 mil militares das Forças Armadas e 70 policiais civis. A Polícia Militar também dá auxílio à operação – o número de PMs não foi informado. Blindados e aeronaves participam da operação.
Agentes do Batalhão de Ações com Cães (BAC), da PM, apreenderam mais de 200 quilos de drogas na comunidade Nova Holanda, no Complexo da Maré. Agentes realizam cerco e removem barricadas. Os militares também revistam pessoas e veículos, além de fazer a checagem de antecedentes criminais. Os policiais verificam as denúncias de tráfico de drogas nas comunidades e cumprem mandados judiciais.
Moradores presos em casa
De acordo com relatos de moradores, muitas pessoas não estão conseguindo sair de suas casas em função da intensa troca de tiros. A orientação teria partido dos próprios militares.
De acordo com relatos de moradores, muitas pessoas não estão conseguindo sair de suas casas em função da intensa troca de tiros. A orientação teria partido dos próprios militares.
“Está muito complicado, está saindo muito tiro, nós, moradores, não sabemos como agir. Nós sabemos que nessa disputa de poder só quem se prejudica é o morador, quem não tem nada a ver. Ninguém conseguiu sair de casa, acredito que as aulas tenham sido suspensas, muita gente não conseguiu sair para trabalhar. Eu acho que começou umas 4h, e muita gente estava indo trabalhar, então você não consegue fazer nada, só ficar dentro de casa abaixado no chão”, relatou um morador da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.
"Todo dia é isso. A gente ouve tiros, mas não sabe de onde a bala vem, se vai pegar na gente ou não. A gente fica com medo de bala perdida”, contou mais um. “É difícil sair de casa com medo. Muito tiro. Não só hoje, como outros dias. Está difícil ir trabalhar, estudar”, emendou um terceiro.
Por volta das 10h, mais tiros eram ouvidos na região da mata do Complexo do Alemão e na Penha. No mesmo horário, também havia relatos de tiroteio na comunidade Nova Holanda, na Maré, segundo o aplicativo Fogo Cruzado.
Na última sexta-feira (17), os militares também fizeram operação no Complexo do Alemão. Os agentes realizaram uma ação de combate ao tráfico de drogas na comunidade durante a madrugada, mas moradores denunciaram que criminosos fugiram pela mata.
No domingo (19), os militares voltaram a realizar uma ação de combate ao tráfico no Alemão.
Quatro presos no domingo
Um possível vazamento da operação desta segunda levou traficantes a tentar reforçar a quadrilha que age na Maré, na noite de domingo (19). Quatro criminosos da Baixada Fluminense foram presos na Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, quando se deslocavam para o conjunto de favelas.
Um possível vazamento da operação desta segunda levou traficantes a tentar reforçar a quadrilha que age na Maré, na noite de domingo (19). Quatro criminosos da Baixada Fluminense foram presos na Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, quando se deslocavam para o conjunto de favelas.
Segundo a polícia, eles foram interceptados por agentes que haviam recebido informações da inteligência da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).
Um dos presos é Eduardo José dos Santos, conhecido como Sonic, tido pela polícia como responsável pela guerra que aterroriza a Zona Oeste nas comunidades do Rodo e de Antares. Além dele, também foram detidos: José Farias da Nobre, o Croco; Leonardo da Silva Oliveira, o Reizinho; e Carlos André Santos da Silva, o Da Guerra.
Com os presos foram encontradas quatro pistolas 9mm, 50 unidades de munição, dois rádios transmissores e um veículo clonado.
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