acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença que pode levar a óbito imediato. No Piauí, a cada 100 mil habitantes, 67,1 pessoas morrem em decorrência do AVC, colocando o Estado em segundo lugar no ranking de mortes pela doença, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul, que registra 74,4 mortes, segundo dados do DataSus de 2012.
Os dados apontam ainda que as mulheres são as principais vítimas. 6 em cada 10 mortes provocadas pela doença são registradas em pessoas do sexo feminino. Os dados motivaram o tema da 6ª edição da Semana de Combate ao AVC, realizada pelo Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), através do Projeto Pense Bem. Com o tema “Eu sou Mulher. O AVC me afeta”, a instituição chama atenção do público feminino para a necessidade de prevenção.
Dentre os fatores de risco, o fumo, o uso de bebida alcoólicas de maneira exagerada, sedentarismo, diabetes e a pressão arterial descontroladas.
A enfermeira do Projeto Pense Bem AVC, Mary Angela, explica que há alguns sinais de fácil identificação se uma pessoa está tendo AVC. “O AVC pode ter vários sinais e sintomas. Mas o clássico é perda de força muscular, sensibilidade na metade do corpo, formigamentos, perda de coordenação motora e equilíbrio, boca torta, dificuldade de fala e visão. Se isso estiver acontecendo, deve-se acionar rapidamente a urgência médica”, ressalta.
ATENDIMENTO
Desde 2008 o Ceir realiza atendimentos especializados para as pessoas vítimas de AVC e já contabilizou 70 mil pacientes com sequelas da doença.
João Sebastião Rocha, 84, natural do Município de Manoel Emídio, é um deles. Há dois anos realiza o tratamento de fonoaudiologia e fisioterapia, como atividades de recuperação, sempre acompanhado de sua filha, Rosileide Rocha. Sebastião encontra-se na cadeira de rodas e tem muitas dificuldades em se comunicar.
“Meu pai estava só em casa, quando sentiu uma dor no peito. Foi socorrido pelos vizinhos que o levou a um hospital do bairro. O médico diagnosticou pneumonia e foi se agravando. A equipe médica decidiu transferi-lo para o HUT, onde todas as complicações do AVC apareceu”, relata.
Rosileide Rocha, que abdicou de seu trabalho para cuidar do pai, diz que o estado em que o pai se encontra é um milagre, já que os médicos não davam esperança de vida, diante de seu quadro de saúde. “Me dedico 100% ao meu pai. Não foi e não é fácil. Dar banho, alimentar e dar os remédios no horário certo. Mas já fico feliz por ele estar vivo”, fala emocionada.
Nildes Vieira, vítima de AVC há 12 anos, também é paciente do Ceir. Ela realiza sessões de hidroginástica e fisioterapia. Segundo opiniões médicas, a manifestação da doença em Nildes veio em decorrência de problemas emocionais.
“Tudo começou com uma tontura, depois não vi mais nada. Já acordei adoentada. O médico disse que foi por conta de situações emocionais. Na época, estava muito ansiosa para rever minha filha, que morava em São Paulo”, pontua.
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