quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Candidato confirma fraude no concurso do TJ do Piauí
O depoimento do técnico de informática Francisco Ivanderson foi o mais revelador. Ele explicou como funcionava o esquema. Ivanderson foi preso com celular que constava o gabarito da prova.
No depoimento, Ivanderson afirma que é vizinho e amigo de Bárbara, umas das presas, e que devido a sua profissão, na época em que prestou serviços na empresa RM, conheceu uma pessoa de nome Lailson, proprietário de uma gráfica e duas lan houses, no bairro Mocambinho e que por intermédio de Lailson conheceu Josué Modesto que é agente da Strans. Que quando foi apresentado para Josué, este ofereceu facilidades na aprovação em concursos públicos.
Ivanderson questionou se Josué teria como conseguir o gabarito das provas do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e ele afirmou que sim. Ivanderson ainda cita Bárbara Brenalle como amiga de Josué. Ivanderson disse ter procurado Bárbara e que eles foram até a casa de Josué para negociar o valor do gabarito. Na ocasião, Josué teria afirmado que recebeu um veículo Volkswagen da Golf, de cor branca, como pagamento de outro candidato pelo vazamento do gabarito da prova.
Ivanderson fez a prova na Faculdade Aespi-Fapi para o cargo de Analista Judiciário. No dia, ele foi abordado por fiscais e coordenadores do concurso, momento em que foi encontrado com um celular dentro de bolso costurado na parte interna da calça entre sua coxa. No celular estava o gabarito, recebido por mensagem. Ivanderson foi preso e encaminhado para a Central de Flagrantes de Teresina onde encontrou com Bárbara Brenalle e descobriu que foi ela quem lhe denunciou aos fiscais. Ivanderson ainda disse ter se arrependido do fato.
Evelyn Mariane
Em seu depoimento, Evelyn negou que tivesse negociado o gabarito do concurso, bem como negou conhecer Bárbara e Ivanderson.
Fiscal contradiz candidata
À polícia, a fiscal responsável pela sala onde Evelyn fazia a prova relatou que suspeitando das atitudes de Evelyn, pois a mesma aparentava estar muito nervosa e desconfiada e que por isso começou a reparar nos sinais de nervosismo esboçados pela candidata. Já por volta das 12h55 ela percebeu que Evelyn estava com um celular entre as pernas e que copiava o gabarito em uma página só do caderno de questões. E que ao pedir o celular, a mesma se recusou a dar, momento em que a fiscal se dirigiu até outro fiscal para que o mesmo fosse chamar o coordenador para relatar o ocorrido.
Wallace Araújo Reis
Um dos fiscais da sala onde Wallace realizava a prova no colégio Certo afirmou que foi informado por outras fiscais que o mesmo estava com aparelho celular entre as pernas e que após a informação eles ficaram acompanhando os candidatos e que até antes mesmo de ser informado já havia observado que o Wallace estava de certa forma ocioso, sem responder as questões da prova e que após constatar o falo, o fiscal se dirigiu até Wallace e disse que ele estava com celular, o que violava o concurso. O fiscal então notou que o celular estava com a luz acesa e que o aplicativo Whastapp estava aberto. Wallace foi levado então para a coordenação para aguardar a chegada da polícia.
Em depoimento, Wallace alegou ser inocente e que estava com o celular porque chegou atrasado e não teve tempo de guardá-lo.
Áudio mostra venda do gabarito do concurso do Tribunal de Justiça
Áudio que circula nas redes sociais revela que o concurso público do Tribunal de Justiça do Piauí pode ter sido fraudado. A Polícia Civil já está investigando o caso. Na gravação, o negociador explica a uma candidata que a quantia cobrada pelo gabarito do concurso é de R$ 40 mil, mas que em outros estados o valor é de R$ 50 mil.
Prisões
Quatro candidatos do concurso do Tribunal de Justiça do Piauí foram presos, no domingo (20), durante a realização do certame em Teresina. Eles foram encontrados utilizando celulares no momento da realização da prova. Um menor de 17 anos também foi apreendido.
Os presos foram identificados como: Evelyn Mariane Oliveira Ferreira, Francisco Ivanderson Alves da Silva, Wallace Araújo Reis e Bárbara Brenalle Teles de Oliveira.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Raimundo Eufrási, informou que se for comprovados o envolvimento de mais pessoas o concurso será anulado: “Até o momento temos esses cinco flagrantes e vamos buscar mais pessoas envolvidas e se houver vai ensejar a anulação do concurso. Vamos aguardar as apurações da polícia e do próprio Tribunal", declarou.
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