sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Entenda por quê falamos enquanto dormimos

Quando alguém que dormiu no mesmo quarto que nós diz a frase: “você fala dormindo”, a primeira reação que temos é a de: “Não é verdade”, e a segunda, “será que disse algo inapropriado?” Talvez, em terceiro lugar, você queira saber por que o faz. A boa notícia é que há uma explicação científica para isso. Falar enquanto se dorme não é algo extraordinário. Os discursos noturnos são inconscientes e, na maioria dos casos, tratam-se de simples declarações ou frases sem sentido que duram por alguns segundos. Ainda que existam exceções de pessoas que podem falar muito tempo durante a noite. Essa situação é mais comum do que pensamos, sobretudo nas crianças e adolescentes. Depende de vários fatores, como, por exemplo, se tivemos um dia muito complicado, sentimos magoa ou não temos coragem de dizer o que sentimos.
No entanto, quando somos adultos ou idosos, e falamos dormindo todas as noites (ou várias vezes seguidas) passa a ser considerado um transtorno do sono. Isso pode se dever a uma exposição prolongada ao estresse, à tensão e ao cansaço, tanto físico quanto mental. Outros problemas relacionados são ranger os dentes e o sonambulismo.

Sonilóquio: a síndrome de falar dormindo
Este transtorno é outra mudança que se produz em nosso comportamento durante o sono. Não é perigoso, não se considera um problema com consequências psicológicas nem médicas, e também não provoca inconvenientes em quem o sofre (com exceção de fazer uma declaração importante enquanto dorme). Simplesmente, poderia ser considerado como uma característica própria de uma pessoa ao dormir.
O sonilóquio acontece em dois momentos do descanso. Primeiro, durante a fase MOR (Movimento Ocular Rápido, também conhecido como REM, na sigla em inglês) e, depois, na fase NO-MOR. Na primeira, os neurônios trabalham de maneira muito parecida a quando estamos acordados. Por isso, o que acontece nessa etapa se conhece como “sonho paradoxal”, já que as experiências oníricas se desenvolvem com mais intensidade.
Por sua vez, na etapa REM, provoca-se uma ruptura no discurso do sono. Isso quer dizer que a boca, a garganta e as cordas vocais (que permaneciam inativas) “se ativam” e trabalham por alguns segundos. É então quando aquelas palavras que estamos pronunciando no sono são ditas “em voz alta”. Já quando falamos na etapa NO-REM, isso se deve aos sonhos transitórios.
Isso acontece porque nos encontramos semi-despertos e os mecanismos de vigília nos permitem falar. A diferença do que acontece quando estamos 100% despertos é que as palavras ou frases que podemos dizer nessa fase não têm sentido. 

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