“Bem ai no Paraguai, recentemente, o povo se indignou e tocou fogo no Congresso; aqui a situação é parecida. O povo vai às ruas mostrar a sua revolta. Não vai passar essa reforma, pode escrever”. O grito é do presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores no Piauí (CUT), Paulo Bezerra, ao participar de uma audiência pública que discutiu a Reforma Trabalhista e Previdenciária, na OAB, no início da noite desta segunda-feira (24/04).
“Nosso movimento é nacional. No Piauí, eu tenho me reunidos nos municípios com os companheiros dos sindicatos rurais. Observe aqui o plenário lotado de representantes de categorias. Querem empurrar esse golpe de qualquer forma”, disse, sob aplausos da platéia.
O juiz trabalhista Norberto Vanderley, subiu ao palco do auditório da OAB e disse que “aqueles que querem a reforma trabalhista do jeito que ela está não têm o mínimo conhecimento jurídico ou agem de má fé”.
Ainda em sua fala, o magistrado disse que “estão usando de toda arte-manha para desconstruir anos de lutas, de conquistas, sem um prévio debate com a sociedade”. Norberto Vanderley aproveitou ainda para perguntar se, por acaso, fizeram um estudo, dos anos 70 pra cá, das perdas salariais do trabalhador.
“O que estão fazendo nessa reforma é inadmissível. É uma reforma atabalhoada, onde norma especial não é derrogada por norma geral”, observa o juiz trabalhista do Piauí.
Outro juiz do Trabalho que também falou na audiência pública foi Gustavo Martins. Ele disse que ao ler e imprimir a proposta da Reforma Trabalhista, deu vontade de chorar. “É necessária uma reforma, mas não da forma que estão querendo fazer. E mais: justificar que a CLT é da década de 40, é não observar as alterações freqüentes que acontecem nela”.
Advogados trabalhistas, sindicalistas, também se manifestaram contra as reformas. Do evento, o presidente da OAB-PI, Chico Lucas, preparou um documento para encaminhar a bancada federal do Estado e demais autoridades.
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