Contra muitos prognósticos, profecias e sentenças políticas, o presidente Michel Temer conseguiu sair da sinuca de bico na qual foi metido após a denúncia da Procuradoria geral da República contra ele.
Em pouco mais de dois meses, Michel Temer caminhou de uma situação de crise aguda para uma expectativa de vitória.
A Câmara dos Deputados vota esta semana, provavelmente na quarta-feira, o processo da denúncia por corrupção passiva apresentada contra ele pelo procurador-geral Rodrigo Janot.
Em busca de tábua de salvação, o presidente apegou-se ao que é a sua especialidade: fazer política. Assim, recebeu mais de 160 deputados e senadores, acelerou emendas parlamentares, lançou “pacotes de bondades” e conseguiu manter como aliado o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que andou sendo picado pela mosca azul para substituí-lo.
Além disso, o presidente se beneficiou das “ruas vazias”. Não porque seu governo tenha aprovação popular. Ao contrário, é o mais reprovado da história, com 95% de rejeição, segundo a última pesquisa do Ibope sobre a avaliação do governo.
Mas ele se aproveitou também o violento desgaste da oposição, que já não tem mais forças para realizar grandes manifestações nas ruas. Como no poema de Carlos Drummond de Andrade, “A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu”.
Pela contagem mais recente, Temer tem entre 260 a 280 votos para barrar a denúncia contra ele na Câmara. São necessários 172.
A não ser que haja um revés, o que parece muito pouco provável, o presidente vai saltar mais esta fogueira.
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