O Chile é, de novo, campeão da Copa América. Desta vez, da versão Centenário. Os andinos bateram a Argentina nos pênaltis por 4 a 2 após empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.
E o título fica marcado pela terceira derrota seguida dos argentinos em três finais – principalmente pelo erro de Messi nos pênaltis, mandando por sobre o gol sua cobrança.
Na decisão pênaltis, Arturo Vidal abriu a série – e parou em Romero, com uma cobrança ruim, à meia altura, quase no meio do gol. Mas Messi isolou o seu chute, mandando muito, muito longe, e deixou tudo igual. Castillo, Aránguiz e Beausejour anotaram na sequência para os chilenos.
Mascherano e Agüero marcaram os seus, mas Biglia parou em Bravo. E Silva teve a responsabilidade de cobrar a quinta chance do Chile, deslocando Romero e garantindo o bicampeonato continental.
O jogo começou quente, como era de se esperar de um clássico, ainda mais depois da vitória chilena na final da Copa América do ano passado. Os dois times disputavam intensamente cada bola, entrando com força – muitas vezes excessiva – em qualquer dividida.
Quem mandava no jogo nos primeiros minutos era a Argentina, que atacou desde o primeiro minuto. E foram os hermanos que tiveram a melhor chance da partida, com Higuaín, aos 20min: ele aproveitou a falha no recuo de Medel e partiu livre, sozinho, contra Bravo. Mas o chute por sobre o goleiro saiu pela direita, enquanto Medel tentou a recuperação e se chocou com a trave.
Foi a terceira falha de Higuaín na sua terceira decisão seguida. Nas finais da Copa do Mundo de 2014 e da Copa América de 2015, o artilheiro do Napoli também perdeu grandes chances. Por isso mesmo, o técnico Gerardo Martino decidiu tirá-lo na etapa final.
O jogo prometia bastante, mas aí apareceu a estrela – tão conhecida dos brasileiros – de Heber Roberto Lopes. O contestado árbitro expulsou Marcelo Díaz aos 27min, por segundo amarelo, após falta do zagueiro em Messi. Os chilenos reclamaram bastante, alegando que a falta não merecia cartão.
O clima esquentou. O Chile se fechou, novas provocações foram trocadas entre todos em campo – em especial Mascherano e Vidal – até que Heber decidiu compensar o vermelho chileno mandando Rojo mais cedo para o chuveiro. O lateral argentino foi expulso após dividida com Vidal, aos 40min, mas tocou também na bola.
Se o primeiro tempo foi combatido e quente até o fim, a etapa final foi de puro marasmo. Com apenas 20 homens em campo, os dois times mostraram muito cansaço e criaram pouco. As melhores chances vieram no final, já nos acréscimos: em boa jogada de Beausejour, Sánchez não conseguiu finalizar quase na pequena área, após o corte da defesa. Antes disso, Agüero, aos 39min, havia desperdiçado para a Argentina, mandando longe depois de entrar na área.
Assim como em 2015 – e, para a Argentina, também como em 2014 –, a decisão foi para a prorrogação. As duas seleções se soltaram mais no primeiro tempo, e Vargas teve a bola do jogo na sua cabeça aos 8min: Banega errou no meio, o Chile contra-atacou com Puch e o ex-atacante do Grêmio subiu sozinho, no meio da área, mas cabeceou sem força para a defesa de Romero.
A resposta argentina veio no minuto seguinte – e exigiu um milagre de Claudio Bravo. Messi cobrou falta na área, Kun Agüero desviou de cabeça, buscando o ângulo, e o goleiro chileno voou para tocar com a ponta dos dedos e mandar para escanteio.
A exaustão tomou conta dos chilenos ao longo da prorrogação. O técnico Juan Pizzi foi obrigado a substituir os ídolos Alexis Sánchez e Eduardo Vargas por Francisco Silva e Nicolás Castillo.
Já Martino, além de tirar Higuaín, também substituiu Di María e Banega, dois dos principais argentinos na Copa, por Matías Kranevitter e Erik Lamela. Mas nada mudou, e o título ficou, mais uma vez, para os pênaltis. E aí, deu .
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