quinta-feira, 30 de junho de 2016

Um Piauí de bêbados, homicidas e impunes: todos os dias há uma tragédia Salve Rainh

O Piauí continua chocado com o caso que vitimou os membros do coletivo cultural Salve Rainha. A tragédia, ocorrida nos minutos finais de 26 de junho deste ano (um domingo), provocou a morte do professor Bruno Queiroz, 30 anos, e deixou muito grave o jornalista e artista plástico Jáder Damasceno, 24 anos, e o militante cultural Francisco das Chagas Araújo Júnior, 32 anos, que está em estado gravíssimo. O caso da tragédia contra os membros do Salve Rainha não é isolado no Piauí. Acontece todos os dias no estado. Bêbados, que assumem o risco de matar, saem por aí atropelando deixando dezenas de vítimas. Quase não há punição. E, como uma bola de neve, só cresce.
Vídeo do momento do acidente que vitimou os membros do Coletivo Salve Rainha. Acidente ou homicídio?
Na ciranda da irresponsabilidade há o prazer e a hipocrisia social da aceitação da droga álcool como algo normal e até como sinônimo de status social. Veja as redes sociais virtuais. Muito do que acontece são pessoas, principalmente jovens, ostentando garrafas e mais garrafas de bebidas, copos e mais copos. O “encher a lata” é tido como normal. Aliás, é direito de qualquer um desde que tenha mais de 18 anos.
Vítimas do Salve Rainha. Serão números? Mudarão história de punições no Piauí? Foto: O Olho Imagens
Agora será direito pegar um veículo (seja carro, moto, lancha, jet ski) e perambular por aí matando o semelhante? Será direito andar por aí a mais de 150 quilômetros por hora? Será direito furar sinal vermelho? Será direito fugir sem prestar socorro às vítimas? Será?
É essa hipocrisia que alimenta os homicídios diários Piauí adentro no trânsito. Mata-se mais e mais. Cada dia a imprensa noticia atrocidades. E em vez de termos exemplos parece que temos é incentivo para matar. Mostra que uma vida não vale nada. Mostra que só quem perde é quem geralmente não tinha nada com a situação de “lata cheia de cachaça” dos agressores. No Piauí não tem ninguém preso por matar outras pessoas no trânsito. O máximo que tem ocorrido é o pagamento de algumas cestas básicas. E pronto!
São motoqueiros sem capacete, outros estão ao volante. Muitos atropelam aos montes, são suicidas em potencial que acabam suas vidas, que acabam vidas de outras pessoas, que ajudam a abarrotar hospitais, principalmente os públicos, tirando o lugar de quem realmente precisa. O Piauí é campeão em assassinatos no trânsito.
E de quem é a culpa? De todos nós. A gente porque acha bonito e normal alguém beber e sair dirigindo. Do Estado por ter pouco efetivo e por fiscalizar. Dos cidadãos que avisam quando há fiscalização. Da pouca punição. E quando há punição elas são brandas.
Há menos de um etilômetro por município no Piauí. A maioria dos municípios não têm esse aparelho. Aliás: tem cidade piauiense que os políticos sequer querem fiscalização. Outras até tentam proibir o uso do capacete. Enquanto isso bares são lotados de gente bebendo e depois indo para casas conduzindo veículos. Por isso choramos tanto, e quase que diariamente, vendo gente morrer no trânsito. Algumas delas terminam matando inocentes.
Se continuar assim permaneceremos a lamentar, dia após dia, não só os queridos do Salve Rainha, mas a minha, a sua, as nossas mortes, ou falecimento de parentes e amigos. Em hora dessas só pedir a Deus para nos proteger, rezando Salve Rainha, Credo, Pai Nosso e todas as orações possíveis, pois só Ele para nos fazer nos mancar sobre o estado de coisas e fatos que têm emporcalhado nossa sociedade.

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