João de Deus Sousa, deputado e ex-sindicalista, líder do governador Wellington Dias (PT) na Assembleia Legislativa, compareceu na manhã desta terça-feira à TV (Bom Dia Piauí, TV Clube) para insultar a inteligência das pessoas.
No limite, o deputado estadual quer que o distinto público pagante siga aquele ditado nordestino segundo o qual quando um burro fala os outros baixam as orelhas. Só pode. Ele pede que todos militem na causa da ignorância por vontade própria.
A PEC do Governo do Piauí limita as despesas primárias à inflação do exercício (ano) fiscal anterior ou a 90% da expansão da receita no período anterior à elaboração do orçamento. Preserva investimentos e cria um indexador de reajuste salarial: ou a inflação ou o aumento da receita, limitando-se, neste caso, a 90% do percentual de crescimento da grana que o Estado pega do contribuinte.
A PEC do Temer faz a mesma coisa, mas toma o cuidado de usar apenas um indexador (a inflação), o que faz com que a gastança pública tenha, digamos, freio ABS enquanto a PEC do Wellington se vale de um sistema de freios a disco. Quem tem um carro sabe bem a diferença.
Voltando à estrada macroeconômica em que João de Deus exercita seus dotes de espancador da inteligência alheia, cabe lembrar que tanto a PEC de lá quanto a PEC de cá limitam as despesas públicas primárias, que no popular são formadas por salários de servidores e gastos correntes – coisas como aquisição de material de expediente ou pinceis para professores darem suas aulas.
O investimento, que é o dinheiro para obras públicas, se preserva. Tanto lá quanto cá.
Ah, mas o Temer fez uma PEC para pagar os juros da dívida e nós aqui não cuidamos disso. Verdade. Mas é porque não precisa. Desde 1997, quando se assinaram os primeiros programas de refinanciamento das dívidas estaduais, o pagamento de juros e amortização dos estoques de débitos de longo prazo é feito diretamente nos repasses que o Tesouro Nacional faz aos Estados.
fonte:claudio barros
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