segunda-feira, 5 de junho de 2017

Brasileiro trabalha 29 dias para cobrir rombo da corrupção

Conhecido pela tolerância à corrupção, o brasileiro costuma reagir à roubalheira nos recursos públicos como se fosse uma coisa natural e sem maiores efeitos. Nada mais equivocado. Estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que a corrupção sugará, neste ano de 2017, um mês de trabalho de cada cidadão.
O estudo faz parte do projeto Lupa, através do qual o IBPT monitora as compras realizadas pelos órgãos governamentais, tantos os federais como estaduais e municipais. Aí é feito o cruzamento do valor pago pelos governos com o preço da mesma mercadoria ou serviço comprado pelas empresas. A conta que o IBPT chega é que, nessa diferença, cada brasileiro tem surrupiado 29 dias de trabalho no ano.
É possível que a coisa seja até pior. Mas vamos lá: um mês de dinheiro jogado pelo ladrão – ou para o ladrão. É, portanto, um dinheiro que deveria ser transformado em ações em benefício do público. Mas não é. O desvio justifica o que está aí: a falta de saúda, de educação, de segurança, de estradas descentes, de investimento que gerem emprego etc etc etc.
Fácil de explicar, né? O que é difícil de explicar é como ainda há, por parte do cidadão comum, tanta tolerância às práticas corruptas.

153 dias só para pagar imposto

O mesmo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) tem uma conta triste? O brasileiro destinará neste ano de 2017 exatos 153 dias somente para pagar impostos. Isso quer dizer que até sexta-feira passada o trabalhador médio estava trabalhando apenas para pagar imposto. A partir de agora ele começa a trabalhar para si.
O Brasil é o país com o 8º maior número de dias convertidos em imposto. Perde para nações como Dinamarca, Finlândia e Noruega – onde os impostos são altos, mas o retorno é altíssimo. Há bons serviços, boa atenção à cidadania. Aqui o imposto é alto e o retorno baixíssimo. No Brasil, o imposto consome 41,8% da renda do brasileiro.
Certamente, não dá para comemorar.

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