Gilmar Mendes e Herman Benjamin: embate jurídico e votos em sentido inverso
Foram dois dias de discussão, com enfoques técnicos, alfinetadas e a velha vaidade tendo protagonismo em alguns momentos. Mas o julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), andou pouco. Hoje, por fim, começa a se definir o julgamento, com o voto dos ministros.
No cronograma original, hoje deveria ser o último dia de julgamento. Mas já está marcada nova sessão para amanhã. E muitos acreditam que pode se estender até sábado – ou mais. As manifestações e, sobretudo, os embates verificados ontem e terça começam a indicar os rumos desse julgamento histórico.
A detalhista manifestação do relator, ministro Herman Benjamin, se apegou a dizer que seu voto se dará dentro do roteiro original. Nisso está a convicção de que cabe o uso das delações em torno da Odebrecht, incluindo a dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, discorda.
É provável que a votação de hoje seja desmembrada antes do primeiro voto. Pode ocorrer do ministro Gilmar Mendes pedir que o plenário primeiro se manifeste sobre aceitar ou não os depoimentos e provas pós-Odebrecht como matéria do processo. Depois disso será votada a cassação ou não da chapa.
As avaliações brasilienses começam a indicar a tendência de voto. O relator deve pedir a cassação. Deve ser seguido por Luís Fux, no que pode ser secundado por Rosa Weber. Já Gilmar Mendes e Nunes Maia devem se posicionar contra a cassação. Podem ser seguidos por Tarcísio Vieira e Admar Gonzaga, o que daria um resultado de 4 a 3, a favor de Temer.
Mas, como diz o ditado, de cabeça de juiz... Assim, é melhor esperar para ver se a avaliação à distância confere com os votos a serem efetivamente proferidos.
O voo raso de Temer nas asas da JBS
O presidente Michel Temer consegue se superar. Depois de receber um “falastrão” em casa, agora descobre-se que ele também pegava carona em jatinho, com a família a tiracolo, sem saber quem era o dono da aeronave.
Ninguém consegue saber o que é mais extraordinário: o voo em um jatinho dos donos da JBS ou a nota explicando que não sabia de quem era o avião. Assim, quem achava que Temer revelara-se ingênuo ao receber Joesley Batista altas horas da noite e se deixar gravar, agora tem que repensar o adjetivo.
De fato, o presidente tomou o voo no jatinho e, ao invés de ganhar altura, embicou de vez.
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