O deputado federal Paes Landim (PTB) reagiu com veemência ao anúncio da construção pelo governo do Estado de um aeroporto na cidade de Cajueiro da Praia, onde se localiza a praia de Barra Grande, no litoral do Piauí. Landim fez críticas diretas à péssima estrutura do aeroporto de Parnaíba, onde não tem apoio sequer para servir o cafezinho aos passageiros.
A crítica do deputado federal Paes Landim foi feita em discurso na Câmara dos deputados, na última segunda feira, a partir da leitura de informações na coluna do jornalista Arimateia Azevedo, Portal AZ e em O DIA.
“Li e fiquei muito preocupado com uma matéria de Arimateia Azevedo de que o governador quer construir um aeroporto em Barra Grande, próximo de Parnaíba. A minha preocupação é que o governador primeiro implemente o turismo na Parnaíba e em São Raimundo Nonato. Temos um voo semanal que a Azul, essa grande companhia, fazia entre Viracopos— Recife—Parnaíba, agora faz diretamente Viracopos—Parnaíba—Teresina, e tive oportunidade de viajar 3 ou 4 vezes nesse trajeto, e constatei que o aeroporto não tem como servir um cafezinho, não tem ar condicionado. É um prédio, no meu entender, mal feito, porque, aquela é uma cidade cheia de ventos, e o prédio não dá oportunidade de se ter ar limpo, fresco. O prédio podia ser até um ponto turístico da cidade, com, quem sabe, sala para cinema, sala para restaurante, livraria, etc, etc”, disse Landim.
O deputado federal acha inviável se construir um aeroporto que, nas informações de Arimatéia Azevedo, estaria distante apenas 40 quilometros, em linha reta, do de Parnaíba.
“Barra Grande, não tem água, não tem internet, não tem energia elétrica, são prioridades, coisas essenciais. Temos aeroporto ali em Jericoacoara, a 200 quilômetros da Parnaíba, o nosso aeroporto da Parnaíba é que deveria ser o aeroporto de Jericoacoara, houve uma falha nossa, em não lutarmos por isso. Jericoacoara tem praticamente quatro voos semanais para o sul do País”, completa Paes Landim.
Leia abaixo o discurso na íntegra
"O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, subo a esta tribuna para fazer um registro, que já fiz aqui anteriormente, sobre o Sr. José Ricardo Botelho, Presidente da ANAC e a sua equipe.
Fiquei muito impressionado com o seu conhecimento sobre o Nordeste brasileiro, especialmente com a rota das emoções, do Museu do Homem Americano, enfim sobre as belezas do nosso nordeste.
Ontem, à tarde, ouvi um colega fazer referências à ANAC. O certo é que eu nunca vi alguém na história da ANAC tão apaixonado pela aviação civil como instrumento popular do turismo nacional. Conhecedor profundo do Brasil e das suas possibilidades turísticas, ele é um dos grandes quadros da Polícia Federal, cujos concursos, que tem, realmente, na sua tradição, o condão de recrutar pessoa com mais alto nível cultural, jurídico, não só por causa do seu rigor, mas também os cursos obrigatórios na sua Academia Nacional de Polícia, cuja qualidade é reconhecida em todo o País. Além de ter uma invejável bagagem cultural de autodidata.
Há pouco tempo tive a liberdade de convidar o Governador Wellington Dias e a bancada do Piauí para visitarmos a ANAC, Sr. Presidente, onde discutimos formas de implementação das suas politicas a nossa região, e a minha preocupação foi o efetivo funcionamento do Aeroporto Internacional de São Raimundo Nonato, no Piauí.
Discutimos, na oportunidade, problemas de infraestrutura no Aeroporto de Parnaíba, custos operacionais do setor e a necessidade de se incentivar o surgimento de novas empresas brasileiras por meio da abertura ao capital estrangeiro, a matéria precisa ser aprovada imediatamente por esta Casa, a fim de sacudir a aviação brasileira e impactar mais ainda o crescimento nacional.
Sr. Presidente, li e fiquei muito preocupado com uma matéria de Arimateia Azevedo, no conhecido Portal AZ, em que ele escreve diariamente no jornal O Dia, de que o Governador quer construir um aeroporto em Barra Grande, próximo de Parnaíba. A minha preocupação é que o Governador primeiro implemente o turismo na Parnaíba e em São Raimundo Nonato. Temos um voo semanal que a Azul, essa grande companhia, fazia entre Viracopos— Recife—Parnaíba, agora faz diretamente Viracopos—Parnaíba—Teresina, e tive oportunidade de viajar 3 ou 4 vezes nesse trajeto, e constatei que o aeroporto não tem como servir um cafezinho, não tem ar condicionado. É um prédio, no meu entender, mal feito, porque, aquela é uma cidade cheia de ventos, e o prédio não dá oportunidade de se ter ar limpo, fresco. O prédio podia ser até um ponto turístico da cidade, com, quem sabe, sala para cinema, sala para restaurante, livraria, etc, etc. Na hora que a INFRAERO deixar de tomar conta do aeroporto através de um contrato com o Estado, eu tenho certeza que iniciativas desse porte vão surgir para o aeroporto de Parnaíba. Agora, Barra Grande, não tem água, não tem internet, não tem energia elétrica, são prioridades, coisas essenciais. Temos aeroporto ali em Jericoacoara, a 200 quilômetros da Parnaíba, o nosso aeroporto da Parnaíba é que deveria ser o aeroporto de Jericoacoara, houve uma falha nossa, em não lutarmos por isso. Jericoacoara tem praticamente 4 voos semanais para o sul do País. Aliás, era o próprio sonho do Governador Cid Gomes, apaixonado por Parnaíba, que Parnaíba fosse o aeroporto em todo o Meio Norte, mas o sonho de Cid Gomes, não se concretizou.
O certo é que não é justo que Barra Grande, rigorosamente uma praia ecológica, — que nem devia ter asfalto até lá, como aconteceu em Jericoacoara, para ser uma praia realmente ecológica — no meu entender, deveria ser rigorosamente ecológica, e não para mera diversão, para bebedeira etc, etc, não sei se ela precisa de aeroporto neste momento.
O certo, Sr. Presidente, é que o crescimento do turismo no meu Piauí, assim como em todo nosso País passa, necessariamente, pelo incremento do modal aéreo regional.
Preciso registrar nos Anais desta Casa a visão estratégica da ANAC, visando à promoção da concorrência, ao incremento da segurança operacional, enfim, medidas que me tranquilizaram e me deixaram mais otimista com relação ao futuro da aviação civil, que é um inegável vetor de crescimento econômico do nosso País.
Portanto, Sr. Presidente, eu gostaria de saudar nesta tarde todo o corpo técnico da Agência de Avião Civil do meu País e suas assessorias, na figura de seu Presidente, Jose Ricardo Botelho, e dizer aos meus nobres pares que, quando tiverem sugestões ou dúvidas quando o assunto for aviação civil, não deixem de procurar a ANAC. Da mesma forma, quando quiserem fazer críticas, procurem igualmente a agencia, porque estão abertos a isso. As críticas, quando construtivas, enriquecem, ajudam no aperfeiçoamento dos processos, melhoram a relação entre o público e privado. A primeira vez que fui à Agência, fui como crítico. Hoje sou um apoiador incondicional da ANAC, não porque fui tratado com imenso respeito e atenção em todas às vezes que lá estive, mas por perceber que, naquela Agência, há homens e mulheres capacitados e apaixonados pela aviação e que tudo fazem para o crescimento vertiginoso desse setor em nosso País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário