Uma piauiense que vive em Valença do Piauí, cidade distante 210 quilômetros ao sul de Teresina, pode ser considerada a mulher mais idosa do Brasil. Nascida em 1903, Maximina Pereira da Silva completou, no último dia 10 de setembro, 114 anos de idade.
Com a ajuda de duas fisioterapeutas amigas da família, Maximina será inscrita no Gerontology Research Group, um grupo norte-americano especializado no rankeamento das pessoas mais idosas do mundo.
“A filha dela foi minha paciente. A gente ia para o aniversário dela e víamos que, apesar da idade, ela está bem de saúde, come de tudo e consegue se comunicar bem. Acreditamos que ela seja uma das pessoas mais idosas do Brasil”, supõe a fisioterapeuta Simira Veloso.
Maximina teve dez filhos [cinco estão vivos]. A idosa tem 36 netos e 30 bisnetos. Dona Maximina sustentou sua família trabalhando a vida inteira na roça e nunca frequentou uma escola.
“A minha vó ficou viúva quando estava gestante do último filho. Ela trabalhou a vida toda na roça. Pisava milho e arroz para conseguir comprar palha e construir uma casa”, relembra a neta de Maximina, Ilha Maria da Silva.
A família conta que Maximina nasceu em Araripina (PE) e veio para o Piauí há mais de 60 anos. Como não tinha documentação, Maximina só conseguiu se registrar em Pimenteiras (PI) e foi naturalizada como piauiense.
Adora conversar
Chás, mingaus, sopas. Nada disso é preferência no cardápio de Maximina. No auge dos seus 114 anos, Maximina é boa de garfo e gosta de comer carne assada, arroz e feijão.
“Ela não dá trabalho para comer, mas só come o que ela chama de comida normal, que é o arroz. É muito difícil ela comer sopa, mingau e chá. Reclama logo”, conta a neta Ilha.
É com Ilha que Maximina mora em uma casa humilde localizada em Valença do Piauí. Por conta da idade avançada, a idosa depende de uma cadeira de rodas para se locomover e requer cuidados especiais. A neta cuida da avó e diz que a única dificuldade que ela tem é conseguir que Maximina durma.
“Ela dá muito trabalho para dormir e tem que tomar medicação”, disse a neta. Dona Maximina também tem problemas na visão e quase não enxerga mais. Mas nada dessas dificuldades impede que ela tenha bom humor e goste de ter pessoas por perto.
“Ela adora conversar. O que perguntam ela responde. Se não lembrar, ela diz que não veio na memória dela ”, conta a neta.
A neta diz ainda que a família está animada com a possiblidade de Maximina ser a mulher mais idosa do Brasil.
A expectativa pode ser atingida já que, de acordo com o Gerontology Research Group, a mulher mais longeva do mundo é a japonesa Nabi Tajima, que tem 117 anos.
Em quinto lugar no ranking aparece a também japonesa Kane Tanaka, com 114 anos. Segundo a última atualização do site, dona Maximina ocuparia o 112º lugar entre as mulheres mais idosas do mundo.
A piauiense seria então a mais velha do Brasil, já que a brasileira mais longeva que aparece no ranking é Allida Victoria Grubba, que tem 113 anos e 166 dias.
“Eu acho que ela pode ser a mais velha mesmo, mas vamos ver o que vai dar”, acrescenta a neta. Amiga da família, a fisioterapeuta Simira Veloso está tentado entrar em contato com o Gerontology Group para apresentar os documentos que validam a idade de Maximina.
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