sábado, 12 de maio de 2018

6 mentiras que quem vive com sono precisa parar de acreditar

Quem nunca se arrependeu de ter passado a madrugada em claro, sabendo que teria compromisso logo cedo? Isso porque o sono é parte essencial da nossa vida e está diretamente relacionado ao rendimento dos nossos dias. Por isso, separei 5 frases comuns de ouvir dos meus pacientes para esclarecer alguns mitos do sono.
1) Eu não consigo dormir cedo
Quanto mais focamos num problema, maior ele fica, não é mesmo? Isso também serve para a forma como lidamos com a dificuldade de iniciar o sono. Se formos para a cama pensando que vai ser difícil dormir, é só nisso que nosso cérebro vai pensar.
Desta forma, o ideal é praticarmos alguma atividade relaxante até que o sono venha. Técnicas relaxantes para dormir podem ser:

Ler um livro
Praticar meditação
Escutar uma música agradável
Escrever um diário.

2) Quem cochila é preguiçoso
Pelo contrário. O cochilo, desde que não passe de 20 a 30 minutos, é muito saudável. Ele ajuda a repor as energias no meio do dia e organizar as informações recebidas pelo nosso cérebro.
Existem vários estudos que demonstram o benefício destes descansos, pois trazem melhora no raciocínio e na memória. Mas atenção: o cochilo não deve passar de 30 minutos, pois pode prejudicar o sono à noite.

3) Beber café atrapalha o sono
É verdade que a cafeína é antagonista dos receptores da adenosina, substância essencial para que o sono se instale no cérebro. Por isso, na maioria das pessoas o café consumido a noite altera, retarda ou tira o sono. Porém, em casos de cochilo, um estudo espanhol avaliou o uso do café logo antes do cochilo após o almoço. O café demora cerca de 20 minutos para ser absorvido e começar a estimular nosso cérebro. O estudo concluiu que ficamos mais dispostos ao tomar um xícara de café antes do cochilo pois o início do seu efeito coincide com a duração ideal do cochilo, fazendo a pessoa voltar às atividades sem sonolência.

4) Eu posso me acostumar a dormir menos
Situação: Trabalho durante o dia, faço curso durante a noite e quero abraçar mais milhares de compromissos. Posso me "acostumar" a dormir menos por algum tempo? A resposta é não, o nosso organismo não se acostuma. Cada um de nós tem um relógio biológico que determina o número de horas necessárias para seu bom funcionamento. Se dormimos menos do que precisamos, o prejuízo se reflete como queda de rendimento. Ficamos cansados com mais facilidade, desanimados, estressados e mais distraídos. Nosso organismo tentará resgatar o número de horas em vários momentos ao longo do dia, como após o almoço e ao final da tarde, podendo gerar mais acidentes.

5) Vou repor meu sono no fim de semana
O jet lag social é um termo criado para se referir às pessoas que dormem poucas horas durante a semana para dar conta de muitos compromissos, sejam profissionais ou pessoais, e no final de semana tem tanto sono acumulado que passam 10 a 12 horas direto na cama.
Ele é, portanto, uma falha de sintonia entre o número de horas de sono de que nosso organismo precisa e o nosso estilo de vida. Está virando um hábito cada vez mais comum, e pode iniciar já na adolescência.
Essa forma de tentar se adaptar aos compromissos da semana não é recomendada pois altera todo nosso metabolismo e a produção de hormônios. Precisa ficar claro para a pessoa que deve encarar o sono como uma rotina, assim como se alimentar bem e praticar exercícios. Muitas vezes esta pessoa precisa de ajuda médica para regularizar estes hábitos.

6) Deus ajuda quem cedo madruga
Através de pesquisas genéticas hoje sabemos que existem os cronotipos. Cronotipos definem o tipo da pessoa de acordo com o horário em que prefere dormir e o horário em que é mais produtiva durante o dia. Existem 3 cronotipos:
- Os matutinos gostam de dormir cedo e acordar cedo. São produtivos durante o dia, em especial pela manhã
- Os vespertinos gostam de esticar seu dia até a noite e dormir até mais tarde. Os vespertinos costumam dizer que rendem melhor no final da tarde em diante, até altas horas da madrugada
- Há também as pessoas indiferentes, que se ajustam com mais facilidade às necessidades externas, como se adaptar àquele curso novo que começa às 7h da manhã, ou que vai até as 11h da noite.

Nossos relógios também passam por algumas variações ao longo da vida. Isso é mais notado na adolescência, quando tendemos para o tipo vespertino. A intensidade dessa mudança varia conforme nossos genes e também referente o comportamento de cada um. Se o adolescente for mais resistente aos conselhos dos pais e ficar à noite toda assistindo TV, por exemplo, vai ter sérios problemas de desempenho na escola.
Com base nos cronotipos, sabemos então que cada pessoa tem uma carga genética que determina o período onde desempenha melhor seu trabalho, não importando se ele é de manhã, de tarde ou de noite. O que importa é a pessoa descobrir como seu organismo funciona e que seu trabalho possa estar sincronizado com ele.

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