Neste domingo (13), uma nova manifestação liderada pelo movimento #VempraRua em vários Estados vai pedir novamente a saída da presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo. O protesto acontece uma semana após o ex-presidente Lula ter sido conduzido coercitivamente à Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento na 24ª fase da operação Lava Jato, deflagrada para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por meio de pagamentos feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht a Lula e pessoas associadas. No Piauí, o PSDB declarou neste sábado que apoia o ato e que toda a sua bancada na Assembleia Legislativa participará.
"Eu estarei lá como cidadão e todo brasileiro que quer um país mais organizado, sem ilusão, vai para às ruas neste domingo. O PSDB apoia tanto as manifestações como as investigações, doa a quem doer, quem quer que seja citado. O PSDB defende as investigações, ou seja, que tudo que está aí seja apurado e, ao final, os responsáveis possam pagar pelo crime que cometeram", afirmou ao Cidadeverde.com, o presidente estadual do PSDB, deputado estadual Marden Menezes.
Segundo ele, desde que a crise teve início no país, a participação popular tem sido de fundamental importância para que o Brasil seja passado a limpo. "Desde o início da crise do país, pelo menos de quando ficou às claras a real situação da nação, a participação da população é tida por todos, inclusive pela classe política, como o mais importante no sentido de mudar o Brasil. Se de fato nós precisamos mudar, isso só será possível com a participação maciça do povo brasileiro. Lá atrás, por muito menos, a população chegou a tomar uma atitude mais incisiva, uma postura mais presente nas ruas", analisa o tucano.
Marden acredita que o movimento deste domingo será o maior já realizado. Em Teresina, o protesto está marcado para às 16h na Ponte Estaiada. "Do ano passado para cá tivemos movimentos que variaram em magnitude e quantitativo de pessoas, mas eu creio que no dia 13 agora, essa deve ser a maior de todas as manifestações e é preciso que a população tenha consciência. Se o brasileiro ficar em casa e de braços cruzados, infelizmente o quadro que está aí não vai ser alterado. Para mudar, para tirar a presidente, já que ela insiste em permanecer num cargo sem a menor credibilidade, sem ter qualquer confiança por parte da população brasileira e inclusive dos demais Estados mundo a fora, é preciso mais do que nunca ir para às ruas", declarou.
PT diz que partido não será extinto
Já para o PT, o que se vê atualmente no país é uma tentativa de acabar com o partido. Em uma plenária na cidade de Esperantina neste sábado, a presidente estadual da legenda, senadora Regina Sousa, afirmou que a perseguição não é de agora. Segundo ela, na década de 80, por duas vezes armaram situações contra o PT, acusando o deputado José Genuíno de atirar no Rio de Janeiro e, depois, em 1989, ao vestir dois sequestradores do empresário Abílio Diniz com camisas do partido.
"O PT é um partido sobrevivente. Já estamos acostumados, mas nunca foi tão intenso como agora. A elite brasileira não gosta de pobre. Não quer ver o pobre crescer", alertou.
"Que partido na manhã de um sábado reúne tanta gente sem ter um ônibus na porta e nenhum churrasco depois?", indagou. "Isso é partido. Temos raízes. Temos solidariedade", acrescentou a petista.
De acordo com a senadora, mais de 1800 pessoas se filiaram ao PT através da Internet na sexta-feira, 05, quando Lula foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal, em São Paulo.
"Partido não é apenas uma sigla que quando tudo está ruim você muda de lado. Partido enfrenta as dificuldades. Não pode ser partido só em tempo de bonança", afirmou a senadora.
"Quando um navio está afundando, os ratos sãos os primeiros a abandonar o barco. Pra mim isso é comportamento de gente da pior espécie", continou a parlamentar.
Em aparte na quinta-feira ao discurso da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), no plenário do Senado, Regina ironizou a Polícia Federal ao afirmar que a PF descobre algumas coisas, mas outras não.
"A Polícia Federal é tão ágil para descobrir algumas coisas, mas não foi capaz de descobrir de quem era a cocaína encontrada no helicóptero de um Senador, não é capaz de descobrir de quem é o triplex do Rio de Janeiro, de Paraty. Então, a agilidade só é para um lado. Ninguém aqui levantou a voz para falar sobre o funcionário fantasma do gabinete do Senador Serra. Estranhamente, Cerveró saiu da mídia quando denunciou os R$100 milhões de Fernando Henrique em uma transação na Argentina. Não dá para não dizer que não há dois pesos e duas medidas nessa história”, desabafou.
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