A estudante Kinberlin Keyce de Jesus da Silva, presa em flagrante pela morte do pai, disse nesta quarta-feira (10) que o crime foi motivado por abusos sexuais que sofria desde os 13 anos. O serralheiro Kedson Barbosa da Silva, 41, foi morto com 13 facadas dentro da própria casa. O homicídio ocorreu na terça (9). A jovem de 19 anos confessou o crime. "Ele me dava nojo", disse.
Segundo o delegado Ivo Martins, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), as suspeitas do assassinato foram direcionadas à filha da vítima ainda no local do crime. "Nos chamou a atenção a frieza com a qual ela se portava, visto que, enquanto todos os parentes demonstravam sentimento, dela não saía uma lágrima. A partir daí, intensificamos as investigações contra ela, até que, em determinado momento, ela resolveu confessar [a autoria]", conta.
O delegado afirmou que Kinberlin teria matado o pai para ficar com a casa dele. Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta, a jovem afirmou que pretendia ficar na residência, mas que o motivo do crime foi a série de abusos sexuais que Kedson cometia contra ela e que já duravam cerca de seis anos.
"Ele me ameaçava e dizia que eu não podia contar para ninguém. [Horas antes do crime], ele me obrigou a ter relações com ele. Eu fiquei com muita raiva, ele me dava nojo. Depois decidi que aquela seria a última vez", disse Kinberlin.
Ainda segundo a jovem, ela amarrou o pai e o esfaqueou depois do ato sexual. Ela disse que a intenção era esquartejá-lo, colocar as partes em uma mala e enterrá-lo no fundo do quintal da casa, porém não conseguiu fazer o buraco que serviria de cova e desistiu.
Depois de desistir de enterrar o pai, a jovem teria simulado um assalto e acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com o delegado, o crime ocorreu por volta de 1h30, na casa do pai, situada na Rua Palermo, bairro Nova Cidade, na Zona Norte de Manaus.
Abusos sofridos
Ao G1, Kinberlin afirmou que tinha vergonha de contar sobre os supostos abusos e que a irmã dela também era aliciada. "Ele fez o mesmo com minha irmã. Quando ele começou, eu tinha 13 e ela 10. Minha mãe desconfiou e chegou a me levar para fazer exame para saber se eu era virgem. Depois disso, nós fomos morar com ela", afirmou.
Ao G1, Kinberlin afirmou que tinha vergonha de contar sobre os supostos abusos e que a irmã dela também era aliciada. "Ele fez o mesmo com minha irmã. Quando ele começou, eu tinha 13 e ela 10. Minha mãe desconfiou e chegou a me levar para fazer exame para saber se eu era virgem. Depois disso, nós fomos morar com ela", afirmou.
Segundo o titular da DEHS, os abusos que a jovem diz ter sofrido não foram confirmados. No entanto, eles não estão descartados.
"Estamos investigando essa situação do abuso, porque pode ter sido a primeira alegação como forma de autodefesa. A gente não descarta, mas a namorada dela depôs em uma delegacia e disse que a Kinberlin havia feito um convite para que ela fosse morar na casa do Kedson. A namorada disse que achou estranho o convite, mas acabou aceitando, e isso mostra que o crime foi premeditado", explica o delegado.
Crime
Conforme Martins, alguns detalhes sobre o crime ainda precisam ser esclarecidos, como a real motivação e se uma outra pessoa atuou com Kinberlin. "Ela diz que amarrou o pai antes e depois o matou, mas as impressões plantares do pé do pai dão indícios de que ele caminhou sobre o próprio sangue, então temos uma contradição quanto à mecânica dos fatos. A participação de outra pessoa na cena do crime também está sendo investigada", afirma.
Conforme Martins, alguns detalhes sobre o crime ainda precisam ser esclarecidos, como a real motivação e se uma outra pessoa atuou com Kinberlin. "Ela diz que amarrou o pai antes e depois o matou, mas as impressões plantares do pé do pai dão indícios de que ele caminhou sobre o próprio sangue, então temos uma contradição quanto à mecânica dos fatos. A participação de outra pessoa na cena do crime também está sendo investigada", afirma.
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