quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Villa Nova-MG trabalha para tentar volta de goleiro Bruno aos gramados

Goleiro Bruno (Foto: Alex Araújo / G1)Atualmente, Bruno está no Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Foto: Alex Araújo/G1)


Atacante Fabio Junior América-MG (Foto: Lucas Catta Prêta )Fábio Júnior estaria participando do processo de negociação com Bruno 


Bruno pode voltar a jogar uma partida de futebol, no início de 2016. Pelo menos é por isso que luta o Villa Nova, de Minas Gerais. O Leão do Bonfim sonha em contratar o goleiro, atualmente preso em regime fechado, para a disputa do Campeonato Mineiro. Em caso de progressão de pena, no regime semiaberto, ele poderia treinar no clube e dormir na cadeia. Nas viagens, Bruno dormiria na prisão da respectiva cidade e, de manhã, se apresentaria na concentração. O goleiro teria dito a amigos que está treinando muito e que não vai deixar passar nem pensamento. Nos bastidores, pessoas ligadas ao clube estão se movimentando para contar com Bruno defendendo o Leão. Oficialmente, a diretoria do Villa Nova não comenta o assunto.
Bruno está preso desde julho de 2010. Ele foi condenado a 22 anos e três meses de cadeia, no total. Um terço da pena corresponderia a mais de 7 anos de cadeia. Ele está preso há 5 anos e quatro meses. Em regime fechado no Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), em Santa Luzia, Bruno precisaria de uma progressão de regime para semiaberto para trabalhar.
Dono de uma empresa de gestão de futebol, o atacante Fábio Júnior tem uma parceria com o clube de Nova Lima. Ele está fazendo a intermediação com atletas para reforçar o time. Uma fonte ligada à direção da equipe confirmou que o nome de Bruno faz parte da lista de reforços do Leão do Bonfim para o próximo ano.  Em primeiro contato com a reportagem, a esposa de Fábio Júnior negou que a reunião com o goleiro estaria marcada para esta quarta-feira, mas reconheceu que o encontro está próximo. 
- Hoje não tem nenhuma reunião. Ele (Fábio Júnior) não vai lá (na Apac). Ele vai conversar com o pessoal lá (da Apac) para marcar este encontro - afirmou Cristina, mulher de Fábio Júnior. 
Mais tarde, por telefone, Fábio Júnior negou que esteja negociando Bruno. O jogador afirmou que vai disputar o Estadual pelo Villa Nova e está ajudando o clube a trazer reforços para temporada. Sobre as possíveis contratações, Fábio Júnior preferiu manter os nomes em sigilo para não atrapalhar as conversas. Na tarde desta quinta-feira, o ex-empresário de Bruno, Roberto Tibúrcio, publicou em sua conta particular no Twitter, que recebeu uma ligação do goleiro pedindo para ajudá-lo, já que teria cumprido um terço de sua pena. 
- (Às) 17h recebi uma ligação, era Bruno, pedindo para ajudá-lo, já cumpriu um terço da pena! Farei isso, pois acredito, sempre, no ser humano!
Pelo Twitter, empresário afirma que pretende ajudar Bruno a sair da prisão (Foto: Reprodução/Twitter)Pelo Twitter, empresário afirma que pretende ajudar Bruno a sair da prisão (Foto: Reprodução/Twitter)
Em contato com a reportagem, o advogado do goleiro, Irmar Ferreira, garantiu, de forma categórica, que não há nenhuma evolução com relação à redução da pena de Bruno. 
- Não há nenhuma novidade - pontuou o advogado do goleiro.  
Segundo advogado, a condenação ainda nem transitou em julgado. Ainda há recurso a ser apreciado no Tribunal de Justiça de Minas. Ele disse ainda que não há pedido de progressão de regime por enquanto.
 
 O caso Eliza Samudio   

Eliza Samudio desapareceu em 2010. O corpo dela nunca foi achado. A mulher tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade da criança.

Bruno Fernandes foi condenado pela Justiça de Minas, em março de 2013, a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.

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