terça-feira, 22 de março de 2016

Presidente do PP diz que defender Dilma no RS é "suicídio político"

Senador Ciro Nogueira afirma que situação está "ficando insustentável" e promete convocar diretório para deliberar sobre saída do governo federal

Presidente do PP diz que defender Dilma no RS é "suicídio político" Moreira Mariz/Agência Senado,Divulgação


Frases fortes e contrárias aos interesses do governo Dilma Rousseff foram ditas pelo senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), em reunião na tarde desta terça-feira com deputados federais da sigla. Mais de 10 parlamentares foram até o gabinete do senador para entregar um documento que solicita a convocação do diretório nacional da legenda para decidir sobre a eventual saída da base aliada do Palácio do Planalto.
 O ofício, elaborado por iniciativa de Jerônimo Goergen (PP-RS), continha a assinatura de 22 deputados e quatro senadores. Uma nova reunião será realizada na próxima quarta-feira, quando Ciro Nogueira deverá anunciar a data da convenção, que teve a realização assegurada por ele.
– Eu estou consciente de que se o Heinze (Luis Carlos), o Jerônimo (Goergen) e o Covatti (Luis Antonio) forem defender a Dilma no Rio Grande do Sul, é um suicídio político – afirmou Ciro Nogueira, citando deputados gaúchos que estavam na reunião.
As palavras do senador e presidente da legenda soam preocupantes ao Palácio do Planalto porque Ciro Nogueira sempre esteve entre os principais sustentadores da aliança com o governo petista dentro do PP. Ele foi o fiador da coligação com Dilma nas eleições de 2014. Sem o apoio da sigla, que chegou a 49 deputados ativos depois do fechamento da última janela para trocas partidárias, o governo Dilma terá mais dificuldades para sobreviver ao processo de impeachment. Mesmo sendo um partido rachado, o PP representa uma expectativa do Planalto de mais de 20 votos contra o afastamento de Dilma.
Parlamentares que se manifestaram na reunião entendem que é preciso tomar uma decisão antes do PMDB, que poderá entregar os cargos e deixar a base aliada na próxima terça-feira. Para lideranças do PP, seria negativo sair ¿a reboque¿ dos peemedebistas. Neste ponto, Ciro Nogueira disse que não havia tempo hábil para convocar o diretório antes da decisão do PMDB. Ele ainda sinalizou que o seu objetivo é chegar ao encontro nacional da sigla com uma decisão já pacificada, sem deixar brecha para conflitos internos.
– O pior é irmos para um encontro desses para fazer embate. Estamos em um processo de unificação. O desembarque do PMDB vai ser decisivo e vai criar um clima muito favorável ao impeachment. Vou ser franco: a situação está ficando insustentável. Sinto que, na Câmara, ainda temos uma maioria pró-governo, mas muito dependente da minha opinião – avaliou Ciro Nogueira.
Ficou combinado que uma nova reunião ocorrerá na próxima quarta-feira. Neste dia, deverá ser marcada a data da convenção da sigla, que votará pelo desembarque ou permanência no governo.
– Ninguém mais pode esconder, temos um agravamento da crise política e os acontecimentos não ajudaram a refrear isso – disse o deputado Esperidião Amim (PP-SC), um dos que está reivindicando a ruptura com o PT. 

fonte:zero hora

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