Um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff reúne artistas e intelectuais, na noite desta segunda-feira, na Lapa. Com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do cantor Chico Buarque, o ato é marcado por por ataques ao "golpe em curso" e também por críticas ao governo, especialmente em relação às alianças construídas para a governabilidade.
Chico Buarque subiu ao palco e deu um abraço em Lula. O cantor disse que não pretendia falar, por já haver se manifestado no ato do dia 31 de abril, mas se sensibilizou com os gritos do público, que entoou "Chico, eu te amo":
— Eu vi que vocês amam todo mundo. Estaremos juntos em defesa da democracia. Não vai ter golpe — disse Chico Buarque.
Além de Chico Buarque, estão presentes Wagner Moura, Simone Spoladore, Leonardo Boff, Otto, Ziraldo, Alceu Valença, Beth Carvalho, Fernando Morais, Gregório Duvivier, Letícia Sabatella, Rico Dalasam, Tico Santa Cruz, Nelson Sargento, Eric Nepomuceno, Luiz Carlos Barreto, Gregório Duvivier, Jards Macalé, Aderbal Freire Filho, entre outros representantes da cultura popular brasileira.
Artistas, intelectuais, simpatizantes do PT, integrantes de movimentos sociais, como a Central Unica dos Trabalhadores (CUT) e Federação Única dos Petroleiros (FUP), acompanharam o evento, que os organizadores chamaram de ato "em defesa da democracia".
MANIFESTO CITA 'GOLPE'
O teólogo Leonardo Boff afirmou que a democracia está sendo "ameaçada" e fez uma brincadeira, ao iniciar o discurso.
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— É bom que eu fale por último, para sepultar o rito do impeachment.
O historiador Eric Nepomuceno leu um manifesto que cita a existência de um "golpe" em andamento e disse que o texto recebeu o apoio de Caetano Veloso, que ainda não havia se manifestado sobre o momento político do país. Segundo Nepomuceno, Caetano não participou do ato porque está fora do Brasil.
Beth Carvalho gravou um samba contra o impeachment: "Não vai ter golpe de novo, reage, reage meu povo".
Após um discurso da líder indígena Sonia Guajajara, que reforçou a importância da demarcação de terras e falou na possibilidade de um "homicídio indígena" caso haja mudança de governo, o público entoou um coro de "fora, Kátia Abreu", ministra da agricultura e uma das integrantes do governo mais próximas à presidente.
— Elegemos um governo de esquerda. Não foi governo pra construir alianças em torno de uma governança... Cedeu e agora está tendo resposta — criticou Sônia.
O ator Gregório Duvivier, que também afirmou que há uma tentativa de golpe em andamento, ressaltou que o ato não é de "adesão" ao governo e pediu mudanças.
— Não é só "fica, Dilma". É "fica e melhora, Dilma". Governe para a esquerda, em nome do projeto para o qual foi eleita — disse, sendo bastante aplaudido.
Fonte: O Globo
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