segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Folha de São Paulo avalia Teresina como "feudo" do PSDB

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A Folha de São Paulo, em reportagem especial intitulada "Os últimos 'feudos' municipais", citou Teresina como a maior cidade entre os municípios considerados ainda sob o "domínio" de um único partido. A publicação inicia com o seguinte: "Eleições de 2016 tiveram maior troca de partidos desde 2000, com apenas 24,7% das cidades mantendo a legenda de 2012. Ainda assim, 76 cidades elegem o mesmo partido para comandar a prefeitura desde 2000".
E continua: "Milhões de brasileiros foram às urnas no mês passado, alguns duas vezes, para escolher seu prefeito pelos próximos quatro anos. Mas para um pequeno grupo de cidades, entra eleição, sai eleição, e quase nada muda.
Levantamento feito pela Folha a partir dos dados da Justiça Eleitoral identificou 76 cidades --1% do país-- em que as últimas cinco eleições foram vencidas por candidatos do mesmo partido.
São municípios em que, excluindo os casos em que o prefeito eleito deixa o cargo, a mesma sigla estará à frente do Executivo local por 20 anos seguidos.
A maioria desses “feudos” partidários é formada por cidades pequenas, em que prefeitos foram reeleitos e fizeram seus sucessores, também reeleitos".
A Folha destaca estão Teresina entre os municípios listados: "O maior município da lista é Teresina, capital do Piauí, que concentra 847 mil habitantes.
Com a reeleição de Firmino Filho neste ano, o PSDB obteve a sétima conquista consecutiva nas urnas. Desde 1992, foram apenas três os eleitos.
Wall Ferraz venceu em 1992, deu lugar ao próprio Firmino Filho em 1996 e reeleito 2000, que foi sucedido por Sílvio Mendes, eleito em 2004 e reeleito em 2008, até a volta de Firmino Filho em 2012.
O único período administrado por outro partido foi entre 2010 e 2012, quando o vice de Mendes, Elmano Férrer (PTB), assumiu quando ele renunciou para concorrer ao Estado.
Além de Teresina, o PSDB mantém vitórias sucessivas em outras 17 cidades. Sete desses “feudos” tucanos estão em São Paulo, onde o partido vence seguidamente as eleições para governador desde 1994."
Outras cidades e partidos são citados:
A maior cidade da lista paulista é Cravinhos (292 km de SP), que tem 34 mil habitantes e só escolheu dois prefeitos nas últimas cinco eleições: Boi e Cabelim.
José Carlos dos Santos, o Boi, venceu em 2000 e 2004, deu lugar em 2008 a José Francisco Ferdinando, o Cabelim, até voltar ao cargo em 2012. Neste ano foi reeleito com 64% dos votos.
Além do PSDB, outros sete partidos têm municípios onde não perdem desde 2000.
O PMDB, que conquistou o maior número de prefeituras neste ano (1.038), é eleito seguidamente em 23 cidades, 6 delas no Rio Grande do Sul.
O partido do presidente Michel Temer é o que tem a maior capilaridade no país --já conseguiu vencer ao menos uma vez, nas últimas cinco eleições, em 57% das cidades.
O PT, que chegou a governar a maior fatia da população nacional em 2012, amargou a pior derrota nas urnas neste ano --elegeu 61% menos prefeitos do que quatro anos atrás.
Mesmo à frente do governo federal por 13 anos seguidos, o partido nunca venceu nas últimas cinco eleições em 77% das cidades do país.
São apenas três os municípios, todos com menos de 5.000 habitantes, em que vence desde 2000: Itatiba do Sul e Benjamin Constant do Sul (RS) e Rio Doce (MG).
O Rio Grande do Sul é o Estado que possui mais cidades com pouca troca partidária --21 das 76. Além do PMDB, também estão concentrados ali os “feudos” do PDT e do PP.
No Nordeste, estão concentradas todas as cidades historicamente vencidas pelo DEM e PSB, partidos de famílias tradicionais como as de Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) na Bahia e de Eduardo Campos (1965-2014) em Pernambuco.
Prefeitos democratas ou do PFL, antiga sigla do partido, venceram as últimas cinco disputas em Feira de Santana (BA), por exemplo.
José Ronaldo venceu em 2000 e 2004, deu lugar em 2008 a Tarcízio Pimenta e voltou a vencer em 2012 e 2016.
Já o PSB domina em apenas duas cidades, Itapetim (PE) e Pindoba (AL). Considerando vitórias em quatro das últimas cinco eleições, são 16 cidades, 6 delas em Pernambuco.
PERMANÊNCIA
Apesar de resistentes, os feudos partidários parecem estar com os dias contados. A eleição deste ano teve o menor índice de permanência dos partidos nas prefeituras dos últimos quatro pleitos.
Ao todo, três quartos das cidades escolheram um novo prefeito de sigla diferente da do eleito há quatro anos.
O índice, que havia sido de 30% em 2012, caiu agora para 25% --o menor da série calculada a partir dos dados disponíveis desde a universalização da urna eletrônica, em 2000.
Ou seja, a eleição marcada por menos dinheiro, campanha menor, e de êxito de candidatos com discurso antipolítico, também foi a que o comando dos Executivos municipais trocou mais de partido.
Além do desejo de mudança dos eleitores, contribui para isso a fragmentação partidária. Se em 2000 foram 25 os partidos que elegeram prefeitos, neste ano foram 31.

Com informações da Folha de São Paulo

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