Ao falar pela primeira vez após impeachment, o governador Wellington Dias (PT) acredita que a denúncia de afastamento da presidente Dilma Rousseff será aceita no Senado, porém, confia que será barrado ao longo do processo.
"No Senado será feita uma votação mais simples, com requerimento de admissibilidade. Como ele é maioria simples, a tendência é de aprovação e em seguida é que começa o processo de defesa, comissão e a partir daí se tem o julgamento, que é quando haverá a compreensão que, infelizmente, não houve na Câmara de que, como não há comprovação de crime de responsabilidade praticado pela presidente Dilma, não há motivo para cassação, na minha avaliação e de qualquer que estudar o processo de forma isenta", disse o governador.
Para tentar barrar o afastamento da presidência, Wellington Dias diz que fará "corpo a corpo" com os senadores piauienses Elmano Férrer (PTB), que ainda está indeciso, e Ciro Nogueira (PP), cujo partido decidiu pela saída da presidenta.
"Vou conversar com membros da bancada do Piauí, externando a minha posição e também ouvindo. Certamente, o que eu espero é que a gente cumpra a Constituição Brasileira que, graças a Deus, dá muito valor ao voto. A presidenta da República foi eleita por 54 milhões de votos. Pode agora um colegiado de 54 membros tomar o mandato legítimo de uma presidenta da República?, interroga o petista.
Impeachment no Senado
Pouco mais de 12 horas depois da votação da Câmara, o Senado recebeu na tarde de ontem. Na sequência, formalmente, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, passou tudo para o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Na tarde de terça-feira (19), no plenário, vai ser feita a leitura da denúncia e da autorização da Câmara para que o processo siga adiante. Como aconteceu na Câmara, o Senado também precisa formar uma comissão especial, com 21 senadores titulares e 21 suplentes para analisar a denúncia.
O presidente Renan Calheiros quer dar um prazo de 48 horas para que os líderes dos partidos indiquem os senadores. Com a escolha do presidente e do relator, a comissão é instalada e vai ter 10 dias úteis para fazer e votar um parecer admitindo, aceitando ou não o processo de impeachment.
Em seguida o texto vai ser lido e votado pelo plenário do Senado. Se for rejeitado, acabou, o processo de impeachment da presidente é arquivado. Se for aprovado por maioria simples, metade mais um dos senadores presentes, a presidente Dilma vai ser notificada e afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer assume a presidência interinamente.
Se for aprovado, novamente por maioria simples, aí sim começa o julgamento. A presidente Dilma poderá comparecer pessoalmente para se defender e o impeachment só é aprovado com o voto de 54 dos 81 senadores. Rejeitado, a presidente reassume o mandato. Se for aprovado, a presidente é condenada, perde o cargo e fica inelegível por oito anos. E Michel Temer assume definitivamente o cargo até a conclusão do atual mandato, em 2018.
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