A piauiense Monalysa Alcântara, Miss Brasil Be Emotion 2017, foi uma das convidadas do programa Encontro com Fátima Bernardes, na Rede Globo, na manhã desta quarta-feira (23).
Os cantores Wesley Safadão e Marília Mendonça, o ator Jonathan Azevedo, o Sabiá de “A Força do Querer” e a filósofa Viviane Mosé também participaram do programa, que abordou o tema do racismo virtual, ou seja, o preconceito sobretudo em virtude da cor da pele sofrida por negros na internet.
Monalysa Alcântara é a terceira negra a conquistar o título de mulher mais bonita do Brasil em toda a história do concurso de Miss, que nesse ano chegou à sua 63ª edição. A piauiense falou de como foi difícil a afirmação da sua identidade como negra e da importância para a sua personalidade de assumir os seus cachos naturais.
Representação
De acordo com a Miss Brasil ela sempre lutou e foi em busca da representação feminina.
“Eu fui em busca disso, eu sempre quis representar as mulheres negras e as mulheres em geral, eu fui atrás disso, encontrei no mundo Miss a possibilidade de ajudar as mulheres e dar a voz a elas”, disse.
Beleza
Monalysa não se achava bonita e demorou alguns anos para reconhecer isso.
“Eu não me achava nada bonita, as pessoas falavam para mim que eu não era negra, 'a sua pele não é tão escura, você é moreninha, é parda', diversas coisas, então eu também não me achava negra e pra mim foi tudo precoce, tanto que eu sou Miss aos 18 anos de idade. Aos 13, eu comecei a buscar isso, porque eu não me encontrava, não me achava parda nem morena. E aos 12 anos eu comecei a pesquisar, procurar saber como funcionava. Eu não sou morena!”
Cabelos
Monalysa Alcântara afirmou que alisou o cabelo aos 12 anos para um casamento e que tudo foi um processo, que jamais ela teria a força que tem hoje se não tivesse passado por tudo isso e que não tem mais vontade de alisar o cabelo, mas respeita quem opta por alisar.
Comentários racistas nas redes sociais
Sobre os comentários racistas e preconceituosos, Monalysa declarou que imaginava que isso ia acontecer. Inclusive, isso já aconteceu muito na sua vida, por diversas vezes, mas ela já estava acostumada com esses ataques. Depois que ela virou Miss Brasil essa proporção foi bem maior, a família percebeu isso, machuca, mas isso não lhe fere.
A filósofa Viviane Mosé, que também é poetisa, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas, falou da problemática da intolerância e do ódio na sociedade. Segundo Viviane Mosé, a arte, a música e o poema são fundamentais para o enfrentamento do preconceito.
O ator Jonathan Azevedo recitou uma poesia de sua autoria, em que defendeu responder o racismo com amor. “Eu quero dar amor ao racista”, declamou.
Preparação para o Miss Universo
Monalysa inicia a preparação para o Miss Universo já na próxima semana. A Miss Brasil deve iniciar estudos de inglês, treinamento físico, oratória, passarela e cuidados estéticos. A sua volta para Teresina também já está agendada e em breve será divulgada.
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