quinta-feira, 3 de março de 2016

Executivo diz que mulheres do PI devem colocar saco na cabeça; OAB-PI reage



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Um comentário publicado no Facebook por um executivo de uma rede de hotéis de luxo ganhou repercussão por conta do tom machista e xenófobo. Ao comentar a polêmica a respeito do uso de shorts por mulheres em escolas, ele disse que as piauiense deveriam usar um saco na cabeça. A Ordem dos Advogados do Brasil, secção Piauí (OAB-PI), emitiu nota de repúdio sobre o caso. A Ordem encaminhará requerimento ao Ministério Público Federal para apuração e providencias legais cabíveis.
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Paulo Figueiredo Filho é diretor de Relações com o Mercado na empresa Instituto Liberal e Chief Executive Officer na empresa LSH Barra S. A. – Trump Hotel Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Facebook)
Paulo Figueiredo Filho é diretor de relações com o mercado do Trump Hotel Collection – Rio de Janeiro,  do magnata americano Donald Trump, que concorre às prévias das eleições presidenciais nos Estado Unidos. O economista também é neto do ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-85).
Em um dos comentários ele diz defender o direito das garotas de usarem shortinhos em escolas e argumenta que “devem ficar à vontade para tira-los no dia seguinte em que fizerem 18 anos e mandarem fotos pelo Whatsapp”.
Em outro post, o executivo diz que “esse apoio só vale para as meninas do Rio Grande do Sul. As do Piauí devem usar calça. E um saco de papelão na cabeça”.
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
Após a repercussão do comentário, ele tentou em outra postagem esclarecer o ocorrido, afirmando que escreveu uma piada.
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
A OAB-PI emitiu nota de repúdio e considerou o caso preconceituoso e discriminatório contras as mulheres do Piauí. “Observa-se também, nessas manifestações, que está caracterizado o dolo da sua intenção, ferindo, inclusive todos os princípios da ética e da urbanidade e dignidade da mulher e das condições humanas que preveem as relações sociais de respeito mútuo e valorização do ser humano”, destaca a nota.
Leia a nota na íntegra:
Em razão das graves ofensas contras as mulheres piauienses, feitas pelo Sr. Paulo Figueiredo Filho na mídia virtual, que se manifestou de forma preconceituosa e discriminatória contras as mulheres do Piauí a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, por meio da Comissão da Mulher Advogada – CMA, vem a público emitir a presente Nota de Repúdio:
Em post publicado na sua página do Facebook, o Sr. Paulo Figueiredo Filho, manifestou seu expresso preconceito contra as mulheres piauienses fazendo comparações depreciativas e discriminatórias as mesmas, sendo estas ofensas desrespeitosas, passando assim a instigar o ódio por parte dos internautas às mulheres por serem piauienses, ou seja, discriminação de procedência e origem nacional.
Observa-se também, nessas manifestações, que está caracterizado o dolo da sua intenção, ferindo, inclusive todos os princípios da ética e da urbanidade e dignidade da mulher e das condições humanas que preveem as relações sociais de respeito mútuo e valorização do ser humano. Este ato também não pode ser visto como liberdade de expressão, protegidos pela Constituição Federal, muito menos as mídias sociais serem usadas para praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou procedência nacional todos previsto na lei nº 7.716/89.
Dessa forma a Comissão da Mulher Advogada da OAB-PI, repudiando veementemente tal prática desse ato, encaminhará requerimento ao Ministério Público Federal para apuração e providencias legais cabíveis.

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