sábado, 25 de junho de 2016

Morte do jornalista Donizetti Adalto 18 anos depois: polêmicas e caso usado na campanha eleitoral

No dia 19 de setembro deste ano completa 18 anos do assassinato do jornalista Donizetti Adalto. Ele foi um dos profissionais de imprensa mais polêmicos de toda a história do Piauí. Morreu em uma emboscada e até hoje muito mistério toma conta do caso. Adalto, que está enterrado no cemitério Jardim da Ressurreição (zona Sudeste de Teresina), será novamente ressuscitado na campanha eleitoral deste ano.
Tudo indica que será um dos fiéis da balança rumo ao Palácio da Cidade. Esta semana também foi popularizado nas redes sociais um vídeo da mais polêmica entrevista do apresentador. Dez anos antes ele previa como seria sua morte. Coincidência? Incentivo aos algozes? Predestinação?
O polêmico vídeo da maior entrevista dada por Donizetti Adalto (CLIQUE ABAIXO E VEJA):
Donizetti Adalto dos Santos nasceu em 07 de janeiro de 1959 na cidade de Mandaguari (PR). Ator, escritor, radialista e jornalista fez sucesso no Piauí após carreira polemicíssima no interior paranaense como apresentador e diretor de TV, além de político. Morreu aos 39 anos de idade em uma emboscada na avenida Marechal Castelo Branco, proximidades da Ponte da Primavera, zona Norte de Teresina.
A AMPLIAÇÃO DO SENSACIONALISMO E DO POPULARESCO NA TV DO PIAUÍ
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Donizetti: um dos jornalistas de maior sucesso da história do Piauí. (Foto: O Olho Imagens)
Trouxe os ensinamentos da “Escola Borguetti de Jornalismo” ao Piauí. Dessa escola seu maior expoente até hoje é o apresentador Carlos Massa, o Ratinho.
Donizetti Adalto ampliou na TV piauiense o moderno sensacionalismo, o populismo inteligente, o policialesco metido a jornalismo investigativo, discursos sem papas na língua e, principalmente, a sensação de que falava o que o público quer. Uma receita batida em muitos lugares do país mas que no Piauí era novidade e Adalto soube trabalhar essa interface como ninguém, principalmente porque o comum era a imprensa “chapa branca”, 200% aliada até a alma com os governos.
Logo fez muito sucesso porque realizavas críticas a poderosos e dava a entender que não existia pessoas intocáveis. Passou no Piauí por três vezes. Na primeira e na segunda terminou quase expulso. Se envolveu criticando poderosos e até amorosamente com suas esposas.
Culto, carismático e popularesco logo fez fama e fortuna. Era um playboy convicto. Sempre esteve rodeado de belas mulheres, muitas delas do “high potó society” como gostava de ironizar a “alta sociedade piauiense”. Era mestre em jargões. “Leite das crianças”, “faz-me rir”, “bacuraus”, “pau na máfia”: foram apenas alguns dos seus bordões, até hoje lembrados.
UM DEPUTADO FEDERAL QUE SERIA CAMPEÃO DE VOTOS
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Meter “pau na máfia” e se eleger deputado. (Foto: O Olho Imagens)
Donizetti Adalto foi executado às vésperas de ser eleito um dos deputados federais mais votados da história do Piauí. Era líder disparado nas pesquisas.
Meses antes tinha saído da apresentação do MN 40 Graus, na TV Meio Norte. Fez carreira na televisão piauiense na antiga TV Timon (que deu origem à Meio Norte) sempre apresentando programas nos horários do meio-dia (o mais nobre do telejornalismo do Piauí até hoje). Tinha como escada o também jornalista paranaense Carlos Moraes.
Incomodou muita gente, inclusive colegas jornalistas, muitos políticos e muita gente cara de pau.
Donizetti foi o misto entre o jornalismo diferente e a quase picaretagem explícita. Era contra o mamismo (ato de levar uma boquinha dos poderes públicos) mas era acusado de ter métodos nada éticos de ter papos com alguns empresários.
Nos deixou um verdadeiro dicionário jornalístico de tiradas, trejeitos e folclorismos.
PREVISÃO DA MORTE E ELEIÇÕES 2016
Praticamente preveu sua morte, como consta no vídeo desta crônica. Seu maior jargão era “morro e não vejo tudo”. Morreu e pouco viu! Muito do relacionado à sua morte é mistério, inclusive os verdadeiros motivos que levaram a seu assassinato.
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Morte do jornalista será usada em campanha deste ano. Foto: O Olho Imagens
Vários livros sobre essa história prometem ser lançados mas, assim como Donizetti, parece que foram enterrados.
O caso é ressuscitado sempre em períodos eleitorais. Apesar do jornalista ter sido esquecido por muitos suas polêmicas serão florescidas na campanha eleitoral deste ano e seu fantasma parece que vai incomodar muita gente.
O monumento em sua homenagem, como também previu no vídeo, está abandonado e o local original em que foi erguido agora é um lava jato. Sua estátua está abandonada e somente alguns fãs mais cativos vão lá, vez por outra.
À beira de entrar em prescrição e muitos dos seus acusados terem a possibilidade de não mais pisarem na cadeia o caso, com sua maioridade, tende a ser muito esclarecido. Talvez um desafio para as gerações que não puderam ver o polêmico jornalista em ação.

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