sábado, 2 de maio de 2015
'Jornal da Globo': Sistema prisional no estado do Piauí enfrenta colapso
Piauí possui metade do número de agentes O sistema prisional do Piauí está a beira do colapso. As celas estão superlotadas, faltam funcionários e até gansos são usados como alarme para evitar fugas. Essa é a situação mostrada no Jornal da Globo, na edição que foi ao ar nesta sexta-feira (1/05).
São pouco mais de 2.100 vagas para 3.550 presos. Só neste ano, já foram registradas nove mortes nos presídios do Piauí. A maioria, resultado do confronto entre detentos.
Outro problema é a deficiência da segurança no sistema. O estado possui 14 unidades prisionais e cerca de 600 agentes. Segundo o sindicato da categoria, o número é a metade do que seria necessário.
Uma das saídas encontradas para suprir a ausência de fiscalização é a criação de gansos dentro do presídio. O barulho das aves serve de alerta e até já impediram uma fuga. "Parece brincadeira, mas é verdade. O ganso ele percebendo a movimentação de pessoas estranhas, ele faz um tremendo barulho e isso, de certa forma, alerta os policiais militares que ficam na parte externa do presídio", explica Vilobaldo Carvalho, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (PI).
penitenciários que precisa O reflexo dessa superlotação pode ser visto na única central de flagrantes de Teresina, onde o preso não deveria passar mais do que 72 horas. A capacidade máxima seria de 15 presos, mas nos fins de semana esse número chega facilmente a 90. O local tem muita sujeira, é quente e os presos tomam banho com uma mangueira dentro da cela "Aqui é como um microondas, os presos vão se amontoando, não tem nenhuma ventilação, e chegam ao ponto que os presos mesmo decidem: se colocar mais alguém a gente vai executar”, revela Constantino Júnior, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (PI).
Enquanto a central de flagrantes não sabe para onde mandar tantos detentos, há presídios em construção com obras paradas há 5 anos. É o caso do presídio da cidade de Campo Maior, a 81 quilômetros de Teresina, que começou a ser construído, em 2009.Outro, na cidade de Altos, está pronto. Ele tem capacidade para 140 presos, custou mais de R$ 3 milhões, mas não funciona. Primeiro faltou recursos para pagar a construtora, agora o governo está equipando o local.
"Na próxima quinzena de maio estaremos inaugurando a Casa de Detenção Provisória de Altos, que vai dar uma respirada no sistema", garante Fagner Martins, diretor de presídios (PI).
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